PRIVILÉGIO

Novo canal esportivo da Globo, GE TV causa ciúmes por supostas regalias com publicidade

Aposta do grupo de mídia para concorrer com a Cazé TV provoca desconforto interno após novos profissionais manterem contratos comerciais

Logotipo da GE TV com letras verdes e brancas sobre fundo roxo do canal esportivo gratuito da Globo
GE TV: novo canal esportivo da Globo causa ciúmes por supostos privilégios com novos contratados (foto: Reprodução/Globo)

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A GE TV, novo canal esportivo gratuito da Globo, estreia nesta quinta-feira (4) cercada por polêmica. A emissora enfrenta reclamações internas após permitir que profissionais contratados para o projeto mantivessem contratos de publicidade assinados anteriormente. O tratamento gerou desconforto entre narradores e comentaristas, que seguem submetidos a regras rígidas e não podem veicular anúncios em suas redes sociais. A Globo afirma que nada mudou em suas normas.

A lista de nomes que integram a nova emissora conta com Jorge Iggor, Bruno Formiga e Mariana Spinelli. Todos permaneceram com acordos comerciais ativos, mesmo após a contratação. Além disso, Jorge Iggor passou a ser representado pela ViU, agência de influenciadores do Grupo Globo. O privilégio despertou insatisfação em colegas do núcleo esportivo, que alegam desigualdade no tratamento dado aos diferentes profissionais da empresa. As informações são da coluna Outro Canal, da Folha de S.Paulo.

Narradores e comentaristas do SporTV, assim como setoristas de clubes populares como Flamengo, Corinthians, São Paulo, Santos e Vasco, demonstraram irritação. Eles afirmam que os novos colegas obtêm vantagens em publicidade, o que poderia ajudá-los a complementar os salários. Muitos dizem que recebem propostas comerciais, mas seguem impedidos de fechar contratos por determinação interna, situação que gera atrito nos bastidores esportivos.

Globo diz que regras de publicidade não mudaram

Apesar da pressão, a Globo sustenta que continua aplicando as mesmas diretrizes desde que autorizou publicidade no esporte. Apenas narradores e comentaristas da TV aberta e apresentadores podem participar de campanhas, mas com aval interno. Segundo a empresa, o elenco da GE TV também seguirá os mesmos critérios. Ainda assim, profissionais criticam recusas frequentes da emissora a propostas de campanhas, consideradas estratégicas financeiramente.

Um exemplo citado é o de uma apresentadora que deixou de protagonizar uma ação para uma marca de bebida alcoólica, após a Globo recusar o projeto. A emissora reforça que esse alinhamento é necessário para preservar sua política de comunicação comercial. Na semana passada, o diretor de esportes Renato Ribeiro reuniu a equipe em encontro virtual e reafirmou que não houve mudanças nas normas, tampouco diferenciação entre os times.

Narrador ganhou cachê milionário com comercial

Nesse sentido, o debate sobre publicidade ganhou força após revelação de valores milionários obtidos por campanhas. Segundo apuração, um narrador da TV aberta faturou mais de R$ 500 mil em apenas um mês com comerciais feitos durante transmissões. Diante desses números, a possibilidade de acesso a contratos comerciais tornou-se um ponto de disputa entre os profissionais da casa, especialmente em meio à chegada do novo canal esportivo.

A criação da GE TV é vista como uma resposta ao sucesso da Cazé TV no YouTube. O novo canal será a primeira grande aposta da Globo no esporte voltado para plataformas digitais. A distribuição já está confirmada no Globoplay, substituindo o GE Fast, além da Samsung TV Plus, do portal GE e da operadora Claro. A partir de setembro, o canal também estará disponível nas TVs LG e TCL. Com essa iniciativa, a Globo busca aumentar sua presença no universo esportivo digital.

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