Ex-apresentador de A Fazenda e empresário renomado, Roberto Justus decidiu escrever um novo capítulo em sua trajetória profissional. Após décadas no mercado publicitário, ele deixou o setor em 2015 e, desde então, buscava novos desafios. Hoje, comanda a SteelCorp, startup que aposta na construção industrializada de casas e prédios pré-fabricados, modelo já consolidado em países como Estados Unidos, China e nações da Europa.
A empresa dobrou sua capacidade produtiva em 2023 e agora mira atender o déficit habitacional brasileiro, estimado em 6 milhões de moradias, especialmente no segmento popular. Para isso, Roberto Justus passou a atuar também como incorporador, garantindo mais agilidade nos projetos.
“Nossa fábrica hoje tem capacidade de produzir de 10 a 12 mil casas por ano, uma média mensal de mil casas. Dado o nosso déficit habitacional [6 milhões de moradias], o único mercado capaz de supri-lo é o popular. Então, preparamos um produto que se encaixa perfeitamente, com casas de 40 a 54 metros quadrados, com preços que variam entre R$ 80 mil e R$ 130 mil”, explicou.
A estratégia é alinhar a produção a programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida e iniciativas estaduais de habitação, como a CDHU em São Paulo. “Temos outras maiores no catálogo, mas essas se encaixam exatamente em programas como os da CDHU [companhia de habitação de São Paulo] e do Minha Casa, Minha Vida”, declarou em conversa com a Folha de S.Paulo.
O ex-apresentador de A Fazenda pontuou que o modelo pré-fabricado representa não só inovação tecnológica, mas também solução econômica para incorporadores e governos. “Imagine se um incorporador consegue comprar a casa pronta, pelo custo de construção, tendo de fazer só a terraplanagem e a infraestrutura. Não somos inimigos, somos a solução”, destacou.
O empresário acredita que, após quatro décadas dedicadas à publicidade, encontrou no setor imobiliário industrializado um novo campo para aplicar sua visão empreendedora. “Parar de trabalhar é o fim da vida do cara. Sempre fui hiperativo e gostei de negócios. Resolvi abrir o leque, após 39 anos em um só setor. Comecei com a Legend, uma wealth [gestora de patrimônio]. Também tenho a Treecorp, um private equity [fundo que investe em empresas], e um data center, tudo como investidor. Por acaso, conheci uma empresa de construção industrializada”, sinalizou.


