Larissa Sumpani usou seu perfil no Instagram para denunciar situações de preconceito que enfrenta desde que se assumiu bissexual. A ex-Miss Bumbum publicou um vídeo relatando episódios recorrentes de estigmatização e questionamentos invasivos sobre sua vida pessoal. O depoimento da modelo ganhou repercussão às vésperas do Dia da Visibilidade Bissexual, celebrado em 23 de setembro, criado para dar voz à comunidade e combater discriminação.
Na gravação, Larissa Sumpani revelou que muitas pessoas associam sua orientação sexual à incapacidade de manter um relacionamento sério. Segundo ela, é comum ouvir que ser bissexual seria equivalente à infidelidade. A modelo também destacou que, em diferentes ocasiões, escutou comentários insinuando que sua sexualidade não passa de uma fase temporária, o que, em sua visão, deslegitima sua identidade.
Outro ponto relatado pela ex-Miss Bumbum foi a fetichização de sua vida amorosa. Larissa Sumpani afirmou que sua orientação muitas vezes é reduzida a fantasias de terceiros, sem considerar sua experiência pessoal. Além disso, contou que sente pressão para escolher entre ser heterossexual ou homossexual, como se sua identidade não fosse suficiente por si só.
A modelo também mencionou perguntas invasivas que costuma receber, questionamentos íntimos que dificilmente seriam direcionados a pessoas heterossexuais. Em seu desabafo, ela reforçou o impacto desses preconceitos. “Já me disseram que ser bissexual é sinônimo de traição, como se eu não fosse capaz de ter um relacionamento sério. Também já ouvi que era só uma fase, ou que minha vida amorosa existia apenas para satisfazer a fantasia dos outros. É cansativo e injusto”, disse.
A história do Dia da Visibilidade Bissexual
O Dia Internacional da Celebração Bissexual é comemorado em 23 de setembro e foi criado para dar visibilidade à comunidade bissexual e combater estigmas. A data é um marco de reconhecimento, simbolizando a luta contra o preconceito e a conquista de espaço em meio às discussões sobre diversidade. Além de destacar a representatividade, o dia reforça a importância da aceitação e do respeito às identidades bissexuais.
A celebração surgiu em 1999, idealizada por três ativistas dos Estados Unidos: Wendy Curry, do Maine; Michael Page, da Flórida; e Gigi Raven Wilbur, do Texas. Na época, Wilbur declarou que, mesmo após a rebelião de Stonewall, a comunidade bissexual permanecia invisível. Segundo o ativista, a sociedade tende a enxergar casais apenas como heterossexuais ou gays, apagando a possibilidade de identidades bissexuais.
A proposta do dia se diferenciou de outras datas do calendário LGBTQIA+, justamente por focar na bissexualidade. O objetivo era enfrentar não apenas o preconceito externo, mas também a marginalização sofrida dentro das próprias comunidades heterossexual e LGBT. No primeiro ano, a data foi lembrada em atividades da Associação Internacional de Gays e Lésbicas, realizadas na mesma semana.
Com o passar dos anos, a celebração ganhou força em diferentes países, com palestras, festas e manifestações. Na Universidade Princeton, nos Estados Unidos, o dia é lembrado com eventos e até biscoitos decorados com a bandeira do orgulho bissexual. A data também se espalhou por locais como Alemanha, Japão, Suécia e Reino Unido. No Brasil, Porto Alegre oficializou o 23 de setembro em 2021 como Dia Municipal da Visibilidade Bissexual, seguido por celebrações em cidades como Belém.


