Aguinaldo Silva está de volta à Globo após seis anos afastado. O autor será responsável por Três Graças, próxima novela das nove que estreia em 20 de outubro, substituindo o remake de Vale Tudo. O veterano afirmou que a nova trama salvou sua vida. “Quero trabalhar, senão eu morro”, declarou.
O artista explicou que o retorno para a Globo não está ligado a questões financeiras. “Não quero sucesso nem dinheiro. Trabalho por necessidade espiritual, não financeira”, resumiu para a Folha de S.Paulo. O dramaturgo contou que já viveu momentos de altos ganhos, como quando Silvio Santos (1930-2024) tentou levá-lo para o SBT nos anos 1990, e a Globo ofereceu um aumento que, atualizado, seria o equivalente a R$ 467 mil mensais.
Após o fracasso de O Sétimo Guardião (2018), Aguinaldo Silva foi desligado da Globo e decidiu que se aposentaria. No entanto, não conseguiu abandonar a escrita. “É um vício terrível. Não consegui superar”, contou. Mesmo sem vínculo com emissoras, continuou acordando cedo para desenvolver histórias, o que deu origem a Três Graças.
Aguinaldo Silva admitiu que não gostou da forma como foi dispensado da emissora, mas hoje encara a saída como uma decisão mercadológica. “Não havia razão para me manter. Fui o primeiro dispensado de um grupo enorme de autores, diretores e atores que estavam contratados sem fazer nada”, afirmou.
O escritor também refletiu sobre os desafios da idade diante de uma novela longa. “Posso me tornar um velhinho amanhã, mas ainda não sou”, brincou. Ele elogiou formatos mais curtos, como o de Beleza Fatal (2025), produção de Raphael Montes na HBO Max com 40 episódios.
Antes de fechar contrato com a Globo, Aguinaldo Silva chegou a oferecer Três Graças a plataformas de streaming, mas não obteve retorno. Mesmo assim, valoriza a experiência de acompanhar formatos condensados. “Gostei dessa condensação, dá mais intensidade. Se me pedirem uma curta desse jeito, eu faço”, disse.


