A Broadway pode enfrentar uma paralisação sem precedentes ainda este mês. O Actors’ Equity, sindicato que representa os atores e diretores de palco de Nova York, anunciou nesta quarta-feira (1) que a categoria está se preparando para uma possível greve que afetaria 32 produções em cartaz, justamente quando o setor se aproxima da temporada de maior movimento de público.
A ameaça de greve surge após o fim do contrato coletivo de trabalho, que expirou em 28 de setembro, sem que houvesse acordo com a Broadway League, associação que representa produtores, operadores e donos de teatros. A principal exigência do sindicato é o aumento na contribuição patronal para o fundo de saúde dos artistas.
“Pedir aos nossos empregadores que cuidem dos nossos corpos e paguem a sua parte justa pelo nosso seguro de saúde não é apenas razoável e necessário, é um investimento que eles deveriam querer fazer para o sucesso a longo prazo dos seus negócios”, disse Brooke Shields, presidente do Actors’ Equity, em comunicado à Reuters.
Segundo Al Vincent Jr., diretor-executivo do sindicato, o fundo de saúde da categoria corre o risco de entrar em déficit até maio de 2026 se não houver reajuste nas contribuições. O executivo criticou o fato de que a taxa atual permanece inalterada há mais de uma década, mesmo enquanto teatros regionais menores em locais como Idaho e Kansas oferecem condições melhores.
Em nota enviada à Reuters, a Broadway League afirmou que continua comprometida com um acordo justo. “Todos nós queremos sustentar a magia da Broadway para nosso público. Continuamos as negociações de boa-fé com o Actors Equity para chegar a um acordo justo que funcione para os shows, elencos, equipes da Broadway e para os milhões de pessoas de todo o mundo que vêm vivenciar a Broadway”, disse.
A tensão nos bastidores da Broadway se soma a um período recente de instabilidade na indústria do entretenimento. Em 2023, atores e roteiristas de Hollywood entraram em greve por mais de 100 dias, reivindicando melhor remuneração e regras claras sobre o uso da inteligência artificial. A última grande greve do Actors Equity foi em 1968, quando uma disputa de três dias fechou 19 shows da Broadway. O prefeito da cidade de Nova York interveio e ajudou ambos os lados a chegarem a um acordo.


