Cléber Machado compartilhou os bastidores de sua experiência à frente das transmissões da Fórmula 1. Reconhecido como uma das vozes mais marcantes do esporte no país, o narrador revelou que considera a categoria a mais desafiadora de narrar e dividiu um truque que aprendeu ao longo da carreira para facilitar o trabalho durante as corridas.
“Acho que [a Fórmula 1] é o mais difícil que tem de narrar. Você vai pegando algumas ‘manhas’, por exemplo, me falaram, não lembro, eu acho que foi o Luiz Roberto ou o Burti, mas eu demorei para sacar que cada carro tem uma câmera de uma cor”, contou. O narrador destacou que detalhes visuais se tornam essenciais em meio à velocidade e à exigência de atenção constante nas provas.
Outro ponto abordado por Cléber Machado foi o avanço tecnológico nas coberturas. Para ele, gráficos, rádio e sistemas de dados otimizam o trabalho da equipe e tornaram a cobertura mais dinâmica. “Fico imaginando os caras que pegaram Fórmula 1, eu não peguei, sem computador. Eles faziam mapa manual, anotavam para saber em que volta estava, quem estava na frente”, explicou.
Durante o bate-papo com Eduardo Schkair, no Motorgrid Brasil Podcast, Cléber Machado comentou a informalidade crescente nas transmissões esportivas. Segundo ele, o tom mais leve virou padrão no setor, mas exige cautela. “A informalidade não tem volta, virou quase uma obrigação. Às vezes eu acho que a informalidade ultrapassa um pouco o limite para não naturalidade. Tem que ser natural. Se a cada pergunta que você fizer para mim hoje, eu resolver fazer uma piada, posso fazer duas legais e oito sem graça”, observou.
O narrador também refletiu sobre sua relação com os comentaristas e o ambiente nas cabines de transmissão. “Acho que eu incluo os caras, eu deixo eles à vontade e eu me arrisco a dizer que muitos comentaristas que trabalham comigo foram melhorando como comentaristas a partir do jeito que eu os movimento”, afirmou.


