O empresário Rinaldi Faria não faz mais parte do quadro de executivos do SBT. O dono da marca Patati Patatá foi desligado da Superintendência de Criação e Produção de Conteúdo da emissora. A demissão acontece em meio a um clima de forte insatisfação nos bastidores, motivada por reclamações de alguns dos principais apresentadores da casa, que questionavam os métodos e as decisões implementadas por ele nos últimos meses.
A situação de Rinaldi tornou-se insustentável após uma série de mudanças bruscas na programação, que relembraram a antiga estratégia de “grade voadora” utilizada por Silvio Santos (1930-2024). Medalhões da emissora alertaram a presidente Daniela Beyruti de que essa instabilidade estava prejudicando a imagem do SBT perante o mercado publicitário e na imprensa especializada, além de dificultar a fidelização do público em um momento crítico de audiência para o canal da TV aberta.
Um dos fatores determinantes para a queda do executivo teria sido um atrito direto com Carlos Massa, o Ratinho. O apresentador, que é uma das figuras mais influentes e lucrativas da empresa, já demonstrou grande descontentamento ao ser informado em cima da hora sobre ajustes no horário de sua atração. A falta de comunicação prévia e o desrespeito percebido pelos comunicadores que mais entregam resultados pesaram contra a permanência de Rinaldi.
A seguir, confira o comunicado oficial sobre a demissão de Rinaldi Faria:
São Paulo, 18 de novembro de 2025 – O SBT e o empresário Rinaldi Faria comunicam, em comum acordo, o encerramento do contrato de prestação de serviços de consultoria.
Rinaldi Faria integrou a emissora há um ano como consultor e, desde julho, acumulava interinamente as responsabilidades da Superintendência Artística e de Programação.
Ele desempenhou um papel estratégico na coordenação e no desenvolvimento de conteúdo dos programas.
O SBT agradece a parceria, a dedicação e as contribuições de Rinaldi Faria e deseja sucesso nos seus próximos desafios profissionais e de seus próprios negócios.
A reestruturação da área será conduzida diretamente pela Presidência do SBT, que reforça seu compromisso em manter o avanço na jornada de transformação e inovação da emissora.
A ascensão e queda de Rinaldi Faria no SBT
O empresário havia ganhado poder na emissora de forma surpreendente após a demissão de Leon Abravanel Jr., sobrinho de Silvio Santos que dedicou 45 anos ao canal. Antes de assumir a superintendência, Rinaldi Faria atuava como conselheiro próximo da presidência, mas sua ascensão ao cargo executivo gerou desconforto imediato entre os funcionários mais antigos, que viam sua gestão como desconectada da realidade televisiva atual.
Nos corredores da Anhanguera, a avaliação era de que a política de austeridade proposta por Rinaldi, embora necessária em alguns pontos, estava desequilibrada. A falta de investimentos em atrações consolidadas e a insistência em mexer no que estava funcionando criaram um ambiente de tensão. Apresentadores como Celso Portiolli e César Filho também endossaram o coro de que a emissora precisava de estabilidade, e não de devaneios na grade.
A interferência de Rinaldi na parte artística, somada à sua origem externa ao núcleo duro de televisão do SBT, sempre foi vista com ressalvas. Enquanto Leon Abravanel era considerado uma figura leal e conhecedora da história da empresa, a gestão de Rinaldi foi marcada por tentativas de eficiência que, na prática, resultaram em ruídos de comunicação e perda de identidade em faixas importantes da programação diária da emissora.
Com a saída de Rinaldi Faria, a expectativa interna é que Daniela Beyruti busque um nome que consiga dialogar melhor com o elenco estelar da casa. A presidente é vista pelos funcionários como bem-intencionada e focada no crescimento do SBT, mas a avaliação geral era de que ela estava sendo mal assessorada nas questões artísticas durante o período em que o dono do Patati Patatá esteve no comando do conteúdo.


