A DJ brasileira Scheila Santos, de 34 anos, revelou um diagnóstico pessoal curioso sobre sua vida amorosa. Natural de Esplanada, na Bahia, a artista passou muito tempo sem compreender os motivos reais para o fim de seus relacionamentos. Após um processo de autoconhecimento, ela identificou que a falta de sintonia musical com os parceiros era o fator determinante para os términos e passou a se autodefinir como melossexual.
Durante anos, Scheila atribuiu o fracasso de seus namoros à rotina intensa de sua profissão. No entanto, ao analisar o passado com mais atenção, notou um denominador comum: nenhum dos ex-companheiros compartilhava o mesmo gosto ou sensibilidade musical que ela. A repetição desse padrão despertou sua curiosidade e a levou a comentar o assunto durante suas sessões de terapia.
A DJ recorda situações específicas que geravam frustração e desgaste na convivência a dois. Ela acreditava que apresentar canções era uma forma íntima de conexão, mas raramente conseguia a reciprocidade desejada. “Eu mostrava uma música que me arrepiava inteira e a pessoa respondia com um ‘legal’. Aquilo me desanimava completamente. Na época achei que era exagero meu, mas percebi que não era. Era falta de sintonia”, relatou.
DJ adotou termo para nomear relação
Com o tempo, Scheila Santos percebeu que seu interesse diminuía exatamente quando essa troca sonora não ocorria. A percepção desse ciclo vicioso a fez investigar a fundo suas motivações sentimentais. “Eu terminava e não sabia explicar. Achava que era a minha agenda, achava que eu precisava de alguém mais paciente. Depois entendi que a música sempre foi o meu termômetro emocional”, afirmou Scheila.
A sugestão de pesquisar padrões afetivos partiu de sua terapeuta. Durante as buscas, Scheila encontrou descrições que espelhavam sua vivência e decidiu adotar o termo para nomear essa relação entre emoção e som. “Quando li sobre isso, eu me reconheci na hora. Percebi que meu ponto de interesse sempre foi a energia de quem sente o som de verdade. A forma como a pessoa vibra, como reage às frequências, como deixa a música atravessar o corpo”, explicou.
Para a DJ, a descoberta trouxe alívio e clareza, pois ela parou de insistir em laços que não faziam sentido para sua essência. Hoje, ela encara a melossexualidade como um guia para suas escolhas afetivas. “Quando você entende o que te move, você para de insistir no que não faz sentido. Descobrir isso me ajudou a reconhecer o tipo de relação que realmente me toca e me transforma”, concluiu Scheila Santos.
O que é ser melossexual?
O termo melossexual ganhou popularidade em comunidades e fóruns da internet. A expressão é utilizada informalmente para descrever indivíduos cuja atração romântica ou sexual é fortemente influenciada pela música e pela compatibilidade sonora. Para essas pessoas, a conexão musical não é apenas um hobby compartilhado, mas um pré-requisito fundamental para o desenvolvimento do interesse afetivo e da intimidade.


