ALÔ JUCA

Magalu veta anúncio em programa de apresentador acusado de golpe do Pix

Varejista desistiu de investir cerca de R$ 500 mil no programa da afiliada do SBT na Bahia após descobrir que o jornalista é réu por suposto desvio de doações

Marcelo Castro com camisa azul escura e colar, olhando para a câmera, com o logo do programa Alô Juca ao fundo
Marcelo Castro durante apresentação do Alô Juca; Magalu cancela compra de anúncio no programa após saber de escândalo do golpe do Pix (foto: Reprodução/TV Aratu)

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A rede de varejo Magalu vetou a veiculação de uma campanha publicitária no programa Alô Juca, comandado por Marcelo Castro na TV Aratu, afiliada do SBT na Bahia. A empresa cancelou um acordo previsto para a Black Friday após tomar conhecimento de que o apresentador é réu na Justiça. Ele responde por supostamente liderar um esquema que desviava doações destinadas a pessoas carentes.

A informação foi divulgada pela coluna Outro Canal, do jornal Folha de S.Paulo. A decisão partiu da matriz da companhia em São Paulo, que identificou o descumprimento de critérios mínimos de compliance para investimentos em mídia. A política da marca impede a associação com figuras públicas envolvidas em problemas judiciais, o que inviabilizou o negócio que injetaria cerca de R$ 500 mil na atração local.

A equipe regional da varejista planejava distribuir a verba publicitária entre as três emissoras de maior audiência de Salvador no horário do almoço. Enquanto Globo e Record fecharam os contratos normalmente, a afiliada do SBT foi cortada do plano de mídia devido ao histórico do comunicador. Procurada para comentar o caso, a Magalu optou pelo silêncio. Marcelo Castro nega todas as acusações de desvio.

O escândalo do golpe do Pix

Marcelo Castro é acusado pelo Ministério Público de chefiar uma organização criminosa que teria desviado mais de R$ 500 mil em doações entre 2022 e 2023. O esquema funcionava dentro do programa Balanço Geral Bahia, da Record, onde o apresentador atuava como repórter. Segundo a denúncia, o grupo exibia chaves Pix de laranjas na tela da emissora em vez das contas das famílias necessitadas que pediam ajuda.

As investigações apontam que os acusados se apropriaram de aproximadamente R$ 407,1 mil, o que representa 75% do total doado pelos telespectadores no período. Desse montante, a apuração indica que R$ 146,2 mil teriam ficado com Marcelo Castro, enquanto outros R$ 145,7 mil foram repassados a Jamerson Oliveira, então editor-chefe do programa, que atualmente trabalha com o colega na TV Aratu.

A fraude foi descoberta em março de 2023, após uma doação feita pelo jogador de futebol Anderson Talisca. O atleta enviou R$ 70 mil para ajudar no tratamento de câncer de uma criança, mas sua assessoria percebeu a divergência nas chaves Pix. Após a demissão da Record, a dupla foi contratada pelo SBT para tentar alavancar a audiência local, acirrando a disputa no horário do almoço na Bahia.

Recentemente, o caso voltou a ganhar destaque devido aos desdobramentos judiciais. Em março, Marcelo Castro foi condenado em primeira instância a indenizar a Record em R$ 10 mil por danos à imagem da emissora. Na última semana, o julgamento criminal que definiria o futuro dos réus foi adiado pela Justiça baiana por suposta falta de espaço físico para as testemunhas, o que gerou protestos do Ministério Público.

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