Fora das novelas da Globo desde Bom Sucesso (2019), Antonio Fagundes está cotado para retornar à emissora em Quem Ama Cuida, próxima novela das 21h. No entanto, o retorno ainda depende de um ajuste contratual: o ator quer garantir uma cláusula que o permita gravar apenas três dias por semana, mantendo sua rotina nos palcos. As negociações foram confirmadas por ele para a revista Veja.
“Tive conversas muito queridas com o Walcyr Carrasco e com a Amora [Mautner]. Artisticamente, está tudo bem; gosto muito da possibilidade. Mas ainda há muito a conversar. Acho que eles colocaram a carroça diante do burro”, declarou o artista, reconhecido por papéis marcantes em novelas e minisséries da emissora líder de audiência.
Antonio Fagundes encerrou seu contrato fixo com a Globo em 2020, após 44 anos. Segundo ele, a decisão foi motivada pelo fim de um antigo acordo que permitia gravações apenas de segunda a quarta-feira. “A minha razão foi porque eles quebraram o acordo que mantive durante 44 anos. Eu gravava nas segundas, terças e quartas, já que nunca parei de fazer teatro. Quando a Globo não quis mais, eu saí”, explicou.
O veterano afirmou que o acordo especial “parece possível”, mas ainda precisa alinhar outros detalhes com a emissora. Enquanto isso, segue aparecendo na programação da Globo por meio de reprises de novelas como A Viagem (1994) e Terra Nostra (1999), exibidas nos últimos anos em diferentes faixas da grade.
Ao falar sobre sua trajetória, Antonio Fagundes destacou sua paixão pela profissão. “Fiz mais de 50 longas, mais de 40 peças, produzo teatro e cinema, fiz cerca de 30 ou 40 novelas, minisséries, seriados. Gosto dos desafios e dos personagens que me permitem brincar”, disse. Ele também afirmou assistir às reprises com prazer: “A gente esquece como gravou determinada cena. Assisto como público, e é muito divertido”.
Mesmo com o crescimento do streaming, Antonio Fagundes reforçou a importância da televisão aberta no Brasil. “Acho importante competir com essas novas plataformas, é outra forma de comunicação. Mas não dá para abrir mão da TV aberta. Ela ainda tem um alcance que nenhum streaming consegue. Quando dizem que um programa com 30 pontos de audiência é ‘baixo’, estão fazendo a conta errada. Trinta pontos do Ibope equivalem a cerca de 60 milhões de pessoas. Nenhum streaming, nem nos Estados Unidos, chega a isso”, afirmou.


