Giovana Cordeiro está usado sua voz para levantar debates sobre autoestima e padrões estéticos. Em entrevista para a Quem, a atriz refletiu sobre o próprio corpo, criticou a normalização de procedimentos estéticos e defendeu uma relação mais consciente e afetiva com a aparência. “Eu tento, por teimosia e por convicção, questionar e não naturalizar essa aceitação quase automática de tantas interferências cirúrgicas”, afirmou.
Conhecida por interpretar Bárbara na novela Dona de Mim, Giovana Cordeiro se mostrou preocupada com a padronização da beleza. “Sinto que estamos errando como sociedade quando passamos a acreditar que existe uma única forma de beleza: simétrica, perfeita, uniforme”, disse. Para ela, a pressão estética, especialmente sobre mulheres, voltou a crescer mesmo após avanços no debate sobre aceitação.
A atriz explicou que o contato mais profundo com o próprio corpo a levou a repensar inseguranças e padrões impostos pela sociedade. “Nosso corpo não deveria responder a uma ‘febre’ temporária, a um impulso, como se fosse uma peça trocável. Deveríamos estar mais preocupadas em conhecê-lo, fortalecê-lo e desenvolvê-lo a partir das nossas necessidades práticas, funcionais, saudáveis”, afirmou.
A artista alertou para o risco de preencher vazios internos com intervenções estéticas. “A verdadeira armadilha é se acostumar ao prazer rápido e à sensação de preencher insatisfações que são, por natureza, constantes”, disse. Para ela, é essencial cuidar de outros atributos e buscar paz com o próprio corpo fora do viés puramente estético.
Giovana Cordeiro é responsável pelo movimento #AguentaFirme, criado para inspirar mulheres durante a transição capilar e fomentar o debate sobre aceitação e identidade. “O movimento nasceu da minha vontade de criar um espaço onde a gente pudesse conversar com verdade sobre corpo, autoestima e identidade, sem essa pressão por perfeição”, explicou.


