Funcionários da Câmera 5, produtora responsável pelo programa A Tarde é Sua, denunciam uma rotina de atrasos salariais e cortes de benefícios. A empresa, que produz a atração comandada por Sonia Abrão na RedeTV!, é acusada de realizar pagamentos de forma parcelada e de não cumprir com obrigações trabalhistas, como o 13º salário, o que gera um clima de insegurança e revolta nos bastidores.
As informações, divulgadas pelo site Notícias da TV, apontam que a situação de instabilidade financeira ocorre há aproximadamente três anos. Segundo os relatos, os atrasos se tornaram frequentes, o que afeta o planejamento financeiro de toda a equipe. A produtora, procurada para comentar as acusações, não enviou um posicionamento oficial até o momento da publicação da reportagem.
Um dos colaboradores descreveu o impacto dos pagamentos fracionados na vida pessoal dos funcionários. “O salário vem fracionado. A gente se endivida, paga juros, tem filhos, e eles nem perguntam”, disse. De acordo com outro relato, a empresa costuma responder aos questionamentos com a sugestão de que os insatisfeitos procurem outro emprego, o que aumenta o desgaste da equipe.
Além dos salários, outros direitos também foram afetados. O vale-refeição, por exemplo, foi cortado há quase três anos. A equipe também enfrenta incertezas sobre o 13º salário de 2025, já que parte dos funcionários foi informada de que não deve receber o benefício. O pagamento referente ao ano de 2024, segundo as denúncias, foi quitado apenas pela metade.
Produtora não paga trabalhos extras, diz funcionários
A falta de pagamento também se estende a trabalhos extras. Colaboradores que atuaram na promoção do navio temático de Sonia Abrão, realizado entre novembro e dezembro de 2024, afirmam não ter recebido os valores devidos até hoje. A resposta da empresa, segundo uma fonte, é que “sempre dizem que não há previsão” para a quitação da dívida.
Os problemas financeiros da Câmera 5 atingem todos os setores da produtora. Conforme os relatos, desde a equipe técnica até os profissionais responsáveis pela limpeza, todos enfrentam atrasos no pagamento do salário e também do vale-transporte. A situação generalizada cria um ambiente de tensão e preocupação constante entre os colaboradores da empresa.
Por causa das férias coletivas programadas para 19 de dezembro, a equipe teme não receber o salário de novembro antes do recesso. Embora a produtora costume negar publicamente os atrasos, internamente a crise financeira seria admitida. Em uma reunião recente, as dificuldades da empresa foram tratadas abertamente com os funcionários, segundo as fontes.
O clima nos bastidores é de extremo desgaste e revolta. Um dos funcionários descreveu a postura da empresa como cruel diante da situação. “Eles são cruéis. Isso acontece há anos, com todas as equipes que passam por lá”, declarou. A diretora Margareth Abrão e o presidente Elias Abrão foram procurados, mas não houve resposta oficial.


