CHAMPAGNE

Globo disponibiliza novela que teve cena de suicídio censurada

Exibida originalmente em 1983, novela Champagne ganha nova chance no Globoplay pelo projeto Fragmentos

Homem de óculos e expressão séria, sentado com as mãos entrelaçadas, em ambiente interno com iluminação suave.
Champagne entrou no catálogo do Globoplay com cinco capítulos (foto: Reprodução/Internet)

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A novela Champagne, exibida originalmente em 1983, estreou nesta segunda-feira (8) no catálogo do Globoplay como parte do projeto Fragmentos, que resgata obras com acervos incompletos da dramaturgia da Globo. Com cinco capítulos disponíveis, a trama mistura mistério, romance e segredos do passado, e foi marcada por forte interferência da Censura durante a ditadura militar.

Escrita por Cassiano Gabus Mendes (1929-1993), Champagne tem como ponto de partida o assassinato da copeira Zaíra (Suzane Carvalho) em uma festa de réveillon no ano de 1970. Treze anos depois, seu ex-patrão Gastão (Sebastião Vasconcelos) ainda é o principal suspeito. Disposto a provar sua inocência, ele recebe a ajuda do filho, Nil (Tony Ramos), que passa a investigar o caso e os convidados presentes na fatídica noite.

A investigação envolve um grupo de seis amigos e uma dupla de ladrões de joias: o advogado João Maria (Antonio Fagundes) e Antônia Regina (Irene Ravache). O elenco reúne ainda nomes como Beatriz Segall (1926-2018), Mauro Mendonça e Carla Camurati. A novela da Globo combinava elementos de romance policial e drama familiar, com destaque para o triângulo amoroso envolvendo João Maria e as irmãs Antônia Regina e Bárbara (Carla Camurati).

A produção enfrentou forte repressão da Censura. O personagem de Antonio Fagundes foi duramente criticado por ser um advogado criminoso. O autor precisou alterar o perfil do personagem ao longo da trama, fazendo com que ele abandonasse os furtos e se tornasse mais próximo do núcleo central da investigação. Várias cenas e diálogos foram cortados, incluindo o suicídio de Jurandir (Mauro Mendonça) e a gravidez da personagem Verônica (Maria Isabel de Lizandra).

Na época, Cassiano Gabus Mendes fez críticas públicas à interferência. “Eles não querem que se mexa com a realidade, com o que vemos diariamente por aí. Desse jeito, vamos acabar na Idade Média e terei que escrever sobre Santa Rita de Cássia”, declarou o autor.

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