CHAVES

Florinda Meza revela como enfrenta o luto por Roberto Bolaños 11 anos depois

Atriz relembra perda do criador de Chaves, descreve efeitos físicos do luto e diz que aprendeu a conviver com a dor sem esperar que ela desapareça

Duas pessoas sentadas lado a lado em um ambiente interno, durante uma entrevista. À esquerda, uma mulher de meia-idade veste blusa vermelha e olha levemente para a frente, com expressão atenta e serena. À direita, um homem mais velho usa camisa clara com colete de losangos em tons neutros e observa a mulher com um leve sorriso. Ao fundo, há quadros na parede e iluminação quente, sugerindo uma sala de estar ou ambiente doméstico acolhedor.
Florinda Meza falou à CNN Brasil sobre o luto por Roberto Bolaños (foto: Reprodução/Internet)

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Florinda Meza falou à CNN Brasil sobre o processo de luto após a morte de Roberto Bolaños (1929-2014). Intérprete de Dona Florinda em Chaves, ela contou como aprendeu a seguir vivendo mesmo após a perda do companheiro, com quem manteve uma relação de 37 anos. Segundo a artista, a ausência segue presente e se manifesta fisicamente ao longo do tempo.

Florinda Meza afirmou que familiares acreditavam que ela não resistiria à morte do marido. “Minha família acreditava que eu morreria depois de Roberto. O que eles não sabiam é que eu queria morrer quando ele se foi. O tempo passou a duras penas”, declarou. Mesmo após onze anos, a atriz disse que o corpo reage à data da perda com sinais claros de sofrimento.

“Passo a ter períodos de sono escassos, como mal. Meu corpo registra a data, mesmo quando a mente não percebe”, relatou. A atriz explicou que os sintomas surgem de forma recorrente, independentemente de lembrar conscientemente do momento. Para ela, o luto se tornou parte permanente da rotina, ainda que administrável com o passar do tempo.

Florinda Meza e Roberto Bolaños se conheceram nos bastidores dos programas que estrelavam na Televisa, no México. Eles passaram a viver juntos e dividiram a rotina profissional e pessoal por quase quatro décadas. “Depois de ter convivido tanto tempo com ele, o dia inteiro, todos os dias, de repente a sua ausência ocupa todo o espaço”, relembrou. A atriz disse que ouviu muitas vezes que o tempo seria capaz de curar a dor, mas afirma ter aprendido outra lição ao longo dos anos seguintes à perda do companheiro.

“Ela não vai embora. O que acontece é que aprendemos a conviver com a dor”, afirmou. Ainda assim, Florinda Meza explicou que continua vivendo por saber o que Roberto Bolaños desejaria para ela. “Sei que Roberto gostaria que eu vivesse a minha vida e que desse o melhor de mim aos outros. Sei que ele gostaria que eu fosse feliz”, pontuou.

A atriz reconheceu que a felicidade plena não voltou a fazer parte de sua vida, mas reforçou o valor de seguir em frente. “Não posso ser totalmente feliz, é claro, mas continuo vivendo porque vale a pena. A vida é um presente divino”, concluiu, ao falar sobre o significado da perda e da continuidade da própria existência.

Ao comentar a convivência com o criador de Chaves, Florinda destacou o impacto pessoal de viver ao lado dele. Segundo a atriz, Bolaños tinha o dom de “tornar a vida interessante” e evitava qualquer sensação de monotonia. “Não foi fácil no começo, e também não foi fácil depois. Não é simples viver ao lado de um gênio”, afirmou.

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