Após recomendar a rejeição da oferta de aquisição da Paramount, a Warner Bros. Discovery iniciou negociações para vender seus ativos de televisão a cabo a um fundo de investimentos de Nova York. A informação foi divulgada pelo Financial Times e confirmada por fontes próximas à operação.
A empresa estaria conversando com Soo Kim, fundador do fundo de hedge Standard General, para negociar a venda ou investimento parcial em redes como CNN, Food Network e Discovery Channel. A divisão de TV tradicional da Warner Bros. Discovery está pressionada por dívidas e por uma queda significativa de audiência, diante da migração massiva para o streaming.
A possível venda ocorre em meio à tentativa de fusão entre a Warner Bros. Discovery e a Netflix, avaliada em cerca de US$ 82,7 bilhões, vista como uma alternativa mais vantajosa pela atual diretoria da empresa. Em carta recente aos acionistas, o conselho da Warner destacou que os termos do acordo com a Netflix são “superiores” aos da Paramount/Skydance, que ofereceu US$ 108 bilhões pela compra de toda a empresa.
Segundo apuração do Wall Street Journal, o executivo David Ellison, da Skydance, chegou a garantir ao governo norte-americano que mudanças drásticas seriam feitas na CNN caso a fusão com a Paramount fosse adiante. A presença de um possível comprador como o Standard General levanta questões sobre o futuro da CNN e outros canais. O fundo já tem histórico em adquirir empresas do setor de mídia em dificuldades financeiras.
Em 2010, por exemplo, a Standard General comprou a Young Broadcasting, que estava em processo de falência, e a fundiu com a concorrente Media General antes de vendê-la. Em meio à disputa, o ex-presidente Donald Trump entrou no debate e, durante um evento na Casa Branca, defendeu a “venda imprescindível” da CNN, rede que frequentemente critica por sua cobertura editorial.
A Warner Bros. Discovery confirmou nesta semana que está em diálogo com diversos potenciais investidores interessados na área de TV tradicional por assinatura, o que pode acelerar o desmembramento de ativos como forma de viabilizar a fusão com a Netflix e reduzir a carga de dívidas.


