A diretora do núcleo infantil do SBT, Silvia Abravanel, falou sobre as recentes movimentações na grade da emissora. Em entrevista ao Jornal dos Famosos, da LeoDias TV, a apresentadora do Sábado Animado deixou clara sua insatisfação com a extinção da faixa de desenhos durante a semana. A decisão da cúpula tirou do ar o Bom Dia & Cia, comandado pela dupla Patati Patatá, em razão dos índices de audiência.
Mesmo diante dos números, a filha de Silvio Santos (1930-2024) defendeu a necessidade estratégica do gênero na programação. Para ela, a presença dos palhaços foi um acerto artístico, independentemente do resultado numérico do ibope. “Tudo de bom. Tem que ter programação infantil a semana toda, sim. E nada melhor para apresentar um programa infantil do que palhaços”, pontuou a comunicadora.
Apesar da defesa apaixonada pelos infantis, Silvia Abravanel adotou uma postura pragmática ao analisar outros cortes, como a rápida saída dos doramas da grade. A novela coreana Meu Amor das Estrelas (2013) foi interrompida devido ao fracasso de público, atitude que ela considerou correta do ponto de vista empresarial. “Tirou por quê? Porque não deu certo. Time que não está ganhando, tira, bota no banco de reserva”, disparou.
A apresentadora do Sábado Animado reforçou que a sustentabilidade financeira do canal é prioridade. “Porque televisão vive de grana também, não é só de fazer os outros falarem: ‘Ai, que delícia de programação’. Se não estava rendendo pra gente na grade, acho que tem que colocar outras coisas rentáveis”, justificou Silvia Abravanel na atração de Leo Dias.
Silvia Abravanel compara atual SBT com a gestão de Silvio Santos
Ao refletir sobre a instabilidade da grade, a apresentadora comparou o momento atual com a gestão de seu pai. Ela recordou que o dono do Baú muitas vezes agia por impulso e sem esperar a maturação dos produtos. “Eu acho que uma emissora vive de erros e de acertos. Nada é 100%. Até meu pai errava! A gente falava que a TV era o brinquedo do meu pai, ele ia lá, mexia na grade, não tinha a paciência de esperar [para dar certo]”, revelou.
Silvia contou que tentava argumentar com o fundador do SBT, mas a palavra final era sempre dele. “Eu falava: ‘Pai, você não pode colocar o programa no ar agora e querer que em quatro horas o negócio já renda, não adianta. Espera uns 15 dias’. Mas ele decidia e acabou, a televisão era dele”, recordou.
Para o futuro, ela defende que o SBT continue arriscando, mas com resiliência diante da concorrência multiplataforma. “Então, é aquela coisa, eu acho que a gente tem que testar. Televisão é isso, é uma competição, a gente está com várias emissoras aí, e hoje em dia tem a internet, que todo mundo consegue assistir ao que quiser. Então, televisão é teste, mas você tem que ter a paciência para vivenciar esse teste”, finalizou.


