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DESABAFO

Laerte revela que já foi hostilizada por pessoas trans: “Cadê o peito?”

Imagem com foto do apresentador Marcelo Tas e a cartunista Laerte
Marcelo Tas e Laerte; artista revelou em entrevista que já foi hostilizada por pessoas trans (foto: TV Cultura/Lara Asano)

Uma das mais importantes cartunistas e chargistas do país, Laerte revelou que já foi hostilizada por pessoas trans. Em entrevista inédita ao programa Provoca, da TV Cultura, que será exibido na terça-feira (26), a partir das 22h, a artista fala com o apresentador Marcelo Tas sobre o processo de reconhecimento de identidade, receio perante a sociedade, síndrome do impostor, feminismo radical e outros temas.

Ao comentar sobre o feminismo radical e a relação com mulheres trans, Laerte afirma: “Mulher tem um lugar histórico, social que é muito claro, muito nítido. E a população trans, transgênero, tem um lugar que é distinto desse. Mas pessoas trans que se identificam como mulher não têm problema nenhum em haver essa amálgama, essa combinação de interesses, de objetivos e de luta”. E acrescenta: “Eu já fui hostilizada por pessoas trans também, que ficavam perguntando: ‘Cadê o peito? Quando você vai colocar peito?’”.

Na entrevista, Laerte comenta que viveu numa época em que modelos de comportamento homossexual não eram comuns, então viveu “entre a atração e o terror” e que não gosta muito de lembrar destes momentos em que sofreu e fez as pessoas ao seu redor sofrerem por causa de suas frustrações. “Quando a gente nega uma coisa, a gente acaba abrindo determinadas válvulas de compensação que são ruins, te levam a momentos de raiva, destempero. E muitas vezes você não sabe o porquê direito (…).”

“Eu fiquei me enrolando por trinta e tantos anos. Eu sabia que eu gostava de homem. (…) Porque eu fiquei assustada com a possibilidade de ser gay, de ser viado, de ser bixa, de ser invertido, sabe? Isso tudo era uma coisa muito assustadora pra mim, muito peso”, afirma a cartunista. Sobre síndrome do impostor, a chargista conta: “Eu não digo (síndrome da) impostora, mas muitas vezes sinto que as pessoas estão me entendendo de uma maneira muito mais generosa do que deviam”.

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