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“REALIZARAM O FETICHE”

Chico Pinheiro revela detalhes de conversa com Globo após vazamento de áudio

Imagem com foto do jornalista Chico Pinheiro no cenário do Bom Dia Brasil
Chico Pinheiro falou pela primeira vez sobre vazamento de áudio pró-Lula (foto: Globo/João Cotta)

Ex-apresentador do Bom Dia Brasil, Chico Pinheiro falou pela primeira vez sobre o áudio que vazou em 2018, no qual ele comentava a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na ocasião, a conversa ocorreu em um grupo fechado de aplicativo de mensagens com funcionários da Globo, formado por jornalistas e artistas. O jornalista foi repreendido pela direção de jornalismo da emissora líder.

“Realizaram o fetiche. O fetiche deles era Lula na cadeia. Não foi feito do jeito que eles queriam, mas o Lula foi. E agora? O que vão fazer agora? Como é que fica? Qual é o próximo passo? Que o Lula tenha calma e sabedoria, inspiração divina para ficar quieto”, disse o jornalista na gravação. “A direita está louca. Os coxinhas estão perdidos”, disse o ex-colega de trabalho de Ana Paula Araújo.

Em conversa com o UOL, Chico disse que sua intenção era animar os participantes da conversa. “Quis dar um alento. O grupo estava choroso, tinha muita gente de esquerda”, justificou. O profissional cantou trechos da canção Pesadelo, de Paulo Cesar Pinheiro, que diz: “Olha muro, olha a ponte/ Olha o dia de ontem, chegando/ Que medo você tem de nós / Olha aí”. “Aí vazaram, um grupo passou para o outro. Achei um absurdo que uma coisa vaze”, lamentou ele, reconhecendo que houve ingenuidade da sua parte.

Após a divulgação do áudio, Chico Pinheiro aguardou algum tipo de reação da emissora. “Houve uma conversa com a direção porque isso provocou um barulho muito grande”, disse ele, que foi conversar com o diretor de jornalismo, Ali Kamel, aguardando algum tipo de punição. Porém, o executivo se mostrou solidário com a situação do apresentador. “Ele abriu a porta, estendeu a mão e disse: ‘Fizeram com você uma baita sacanagem’. E acrescentou que fui ingênuo ao fazer o comentário num grupo de WhatsApp.”

Ele ainda revelou que Kamel pediu cuidado, pois “você [Chico] não fala só por você, mas também pela emissora, então tem que tomar cuidado”. “E depois disso veio um alerta, uma recomendação para jornalistas não se manifestarem, mesmo nas redes sociais, politicamente, de maneira que pudesse comprometer a linha editorial e as posições da empresa. É a lei Chico Pinheiro. Virei nome de lei, mas não houve [punição], foi um tratamento muito respeitoso”, elogiou.

Chico Pinheiro deixou a Globo em maio, após 32 anos no jornalismo da emissora, em comum acordo. Na entrevista concedida aos jornalistas Fabíola Cidral, Maurício Stycer e Josias de Souza, ele explicou que seu contrato com o canal ia até setembro, mas decidiu antecipar a rescisão porque ainda tinha dois meses de férias. Por fim, o comunicador se disse engajado na campanha presidencial a favor de Lula. “Só por ignorância ou má fé alguém pode ter dúvida”, declarou.

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