Rafael Cortez, conhecido por sua atuação no programa CQC, criticou a atual postura das emissoras de televisão em relação ao humor. O comunicador sinalizou que “as TVs estão completamente acovardadas para fazer humor, porque elas superestimam uma imagem percebida que elas têm do público”.
O apresentador destacou a ausência de programas humorísticos na TV aberta e atribuiu essa escassez ao medo das emissoras diante do politicamente correto e da cultura do cancelamento. “O humor hoje no Brasil está carente da força das grandes mídias, da força dos executivos de TV e streamings. Esses caras não estão comprando a briga do humor”, disse.
“O humor está militando praticamente sozinho, praticamente independente na mão dos seus comediantes. Os comediantes estão fazendo humor como podem, do jeito que podem: nos palcos ou nos comedies, nos seus canais de YouTube, nas redes sociais. Eles estão na guerrilha”, contou em conversa com a CARAS.
Rafael Cortez ressaltou que, durante sua participação no CQC, o programa enfrentou diversos processos judiciais, mas a emissora e os idealizadores argentinos não se intimidaram e continuaram a produzir conteúdo ousado e satírico. “Você pode ter certeza que se uma emissora ou um streaming da vida apostasse num novo CQC agora, o público abraçaria esse projeto. Iam ter muitos chatos, iam ter muitos malas sem alças querendo cancelar, mas esses caras já existiam, inclusive, na época do CQC”, relembrou.
“Se você conversar com um jurídico da Band, perguntar como é que foi o CQC em 2008, 9, 10, 11, 12, 13, até 2015, ele vai dizer que nunca trabalhou tanto. Já tinha gente tentando cancelar sem ter algumas malas sem alças, vendo pelo em ovo”, declarou.


