Murilo Benício revelou que a novela O Clone (2002) foi o trabalho mais exigente física e emocionalmente de sua carreira. Na trama, ele interpretou os gêmeos Lucas e Diogo, um desafio que o deixou exausto. “Não era nada relacionado à composição, a como eu atuava, era o grau de cansaço que eu sentia”, contou.
“Eu chorava de cansaço em casa, porque fazia um lado e o outro, e isso demandava muito física e emocionalmente. Era uma novela grande, a gente sempre estourava horário”, disse o ator em conversa com o UOL. Considerado um dos principais nomes da teledramaturgia brasileira, Murilo Benício destacou a experiência de estar por trás das câmeras como diretor e mencionou sua habilidade em se comunicar com atores.
“Amei ser diretor porque pude oferecer minha relação com os atores, algo que no mercado é raríssimo — diretor que sabe falar com atores — e eu ocupei esse lugar com habilidade, porque sei o que a pessoa está pensando. Nos dois filmes [que dirigi] a gente teve muita crítica legal e o que mais me deixava feliz eram as críticas em relação aos atores, porque é onde ponho a mão”, declarou.
Ele também relembrou sua tentativa de fugir do rótulo de galã ao atuar em Chocolate com Pimenta (2003). “Lembro que quando a Globo começou a achar que eu era galã, ia fazer Chocolate com Pimenta, eu falei: ‘vou fazer [o personagem com] uma voz desafinada e criar situações em que ele seja um cara muito covarde, pra dar uma quebrada nesse negócio de galã’. Nunca nem passou pela minha cabeça esse título e não queria em algum momento ser confundido com isso com tantas coisas que eu queria fazer”, contou.
Murilo Benício explicou ainda os critérios que considera ao aceitar papéis: direção, história, elenco e, por último, dinheiro. “O dinheiro vem por último, não que seja pouco que eu peço, mas acho que é essa ordem. Tem filmes que eu fiz por um quinto do que eu pediria, mas que são legais de fazer”, concluiu.


