O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a ameaçar as redes NBC e ABC. No domingo (25), ele sugeriu que as emissoras perdessem as licenças de transmissão por causa de uma cobertura que classificou como injusta. Segundo ele, as redes “dão 97% de histórias ruins” e seriam, sem fundamento, “um braço do Partido Democrata”. O republicano disse apoiar uma eventual retirada pela Comissão Federal de Comunicações (FCC).
Trump afirmou em sua plataforma Truth Social: “Se for esse o caso, eles são simplesmente um braço do Partido Democrata e devem, de acordo com muitos, ter suas licenças revogadas pela FCC”. O presidente não identificou essas “muitas” fontes, mas que seria “totalmente a favor disso porque elas são muito tendenciosas e mentirosas, uma ameaça real à nossa democracia!”.
No mês de julho, a Paramount Global, controladora da CBS News, pagou US$ 16 milhões (cerca de R$ 87 milhões) para encerrar um processo movido por Trump. Ele acusava a rede de interferência eleitoral após a edição de uma entrevista do programa 60 Minutes com a ex-vice-presidente Kamala Harris. A ABC também fechou um acordo semelhante em dezembro do ano passado.
Donald Trump aumenta pressão sobre a imprensa nos Estados Unidos
Em outra publicação, Donald Trump disse que “o jornalismo desonesto” deveria ser “encerrado”. O presidente defendeu que emissoras “deveriam perder as licenças por sua cobertura injusta”. Ele ainda atacou o âncora da ABC, Jonathan Karl, com comentários sobre sua aparência: disse que o jornalista estava “absolutamente horrível”.
Além das críticas, Trump ameaçou abrir investigação contra o ex-governador de Nova Jersey, Chris Christie. A declaração veio após a participação de Christie no programa This Week, da ABC, com Karl. “Donald Trump se vê como a pessoa que decide tudo e não se importa com qualquer separação. Na verdade, ele rejeita a ideia de que deva haver separação entre as investigações criminais e o líder politicamente eleito dos Estados Unidos”, disse o ex-governador.
Trump reagiu acusando Christie de mentir “sobre o fechamento perigoso e mortal da Ponte George Washington para não ser preso”, em referência ao escândalo Bridgegate de 2013. O caso envolveu aliados de Christie que provocaram engarrafamentos na ponte como forma de punir um prefeito democrata. O ex-governador nunca foi acusado formalmente e sempre negou participação.
Os novos ataques de Trump surgem no mesmo período em que a FCC, agora presidida por Brendan Carr, reabriu investigações sobre denúncias de parcialidade da mídia contra NBC, ABC e CBS. As apurações haviam sido arquivadas no final do governo Biden, mas Carr, aliado de Trump, decidiu retomá-las ao assumir o comando da agência reguladora.


