Prestes a completar 60 anos, Charlie Sheen decidiu revisitar seu passado turbulento em um novo projeto pessoal. O ator, conhecido por protagonizar a sitcom Two and a Half Men (2003), lançará o livro The Book of Sheen e prepara ainda um documentário para a Netflix. Em entrevista à revista People, ele adiantou alguns detalhes sobre a obra e falou da importância da sobriedade, que mantém há oito anos.
“Não se trata de esclarecer as coisas ou consertar todos os erros do meu passado. Passei a maior parte dos meus 50 anos pedindo desculpas às pessoas que magoei. Eu também não queria escrever a partir da posição de vítima. Eu não era, e assumo tudo o que fiz. Sou só eu, finalmente contando as histórias como elas realmente aconteceram. As histórias que eu consigo lembrar, pelo menos”, afirmou.
Charlie Sheen relembrou que iniciou sua carreira artística em 1986, com uma participação em Curtindo a Vida Adoidado, e alcançou fama mundial pouco tempo depois. O sucesso, no entanto, veio acompanhado de festas, drogas e excessos. O ator contou que sempre temeu perder a fama e o dinheiro, o que o levou a mergulhar em um estilo de vida autodestrutivo. “Sempre houve aquela voz de dúvida, de que era apenas uma questão de tempo até que tudo acabasse, então aproveite ao máximo”, disse.
O ator revelou que o crack se tornou um dos vícios mais devastadores e que precisou de várias internações em clínicas de reabilitação. Ele considera um milagre ter sobrevivido a apenas uma overdose, que quase o matou. “Nas minhas festas, eu sempre dizia: ‘Deixe seu julgamento na porta. Sem dor no quarto. E ninguém pode morrer’. Essas eram boas regras”, comentou.
Em 2011, após ser afastado do elenco de Two and a Half Men, Sheen enfrentou o período mais difícil de sua vida. A recuperação só começou em 2017, quando decidiu abandonar definitivamente as drogas e o álcool por causa dos filhos Sami, Lola e os gêmeos Max e Bob. “Eu mantenho uma [lista mental] das piores e mais vergonhosas coisas que fiz, e consigo pensar nisso se tiver vontade de beber”, revelou.
