Giovanna Lancellotti enfrentou um dos momentos mais difíceis de sua carreira em Dona de Mim. Na pele de Kami, a atriz interpretou uma sequência de abuso sexual em plena luz do dia, após perseguições de um stalker. A gravação mobilizou a equipe da novela da Globo, que prestou apoio emocional constante à intérprete. A sequência foi marcada por forte tensão nos bastidores e reação intensa do elenco.
A atriz destacou que a gravação gerou comoção no set. “Em muitas sequências a diretora chorou, em uma das cenas um menino pediu para sair. Quando ela (a personagem) chegou em casa, no chuveiro, foi muito difícil. Foi um dia que o set inteiro chorou”, contou a artista para o gshow.
Giovanna Lancellotti revelou ainda que o preparador de elenco Leonardo Lacca foi essencial para manter seu equilíbrio emocional. “Nós cuidamos dos estágios emocionais da personagem e da Giovanna. As cenas foram intensas e trabalhar as transições, como um mapa emocional, garantiu que ela estivesse confortável”, explicou ele, que acompanhou o processo por cerca de um mês, até a finalização da sequência.
Segundo a artista, mesmo sendo uma ficção, seu corpo respondeu como se a violência fosse real. “O corpo é um só e ele entra em um estado de demora para sair. Esse acolhimento, escuta e o abraço da equipe foi muito importante, me senti muito acolhida pela produção, direção e autores”, relatou. Ela também enfatizou o papel dos colegas de bastidor, que permaneceram ao seu lado durante os intervalos.
O trabalho também contou com a participação de uma consultora especializada em cenas sensíveis. Segundo Leonardo Lacca, o objetivo foi garantir que todos estivessem seguros emocionalmente. “Essas cenas foram pensadas não apenas para retratar a violência, mas também transpor o acolhimento da vítima, evitando revitimizações e mostrar que é possível abordar esse tema com empatia, cuidado e profundidade”, sinalizou.
A autora da novela, Rosane Svartman, afirmou que a decisão de abordar a violência contra a mulher na trama partiu do compromisso com a realidade. “A violência contra a mulher acontece na nossa sociedade, infelizmente. É um assunto recorrente no noticiário, o que reforça a relevância. Podemos assim propor uma reflexão sobre a nossa sociedade, personagens envolvidos nessas violências e repercussões”, disse.


