NOVAS POSSIBILIDADES

Executivos da Globo afirmam que não temem a inteligência artificial

Diretores e autores destacaram como a tecnologia, incluindo inteligência artificial, tem ampliado as possibilidades narrativas

Executivos da Globo
Estúdios Globo completam 30 anos e destacam uso da tecnologia na dramaturgia (foto: Reprodução/Internet)

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Durante as comemorações pelos 30 anos dos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro, autores, diretores e executivos se reuniram para discutir os impactos da tecnologia na dramaturgia da emissora. O evento, realizado na tarde desta quinta-feira (2), reforçou como a inteligência artificial e os estúdios virtuais ampliam o potencial criativo das produções sem substituir a essência da narrativa.

Marcelo Bossoni, diretor de tecnologia de produção da Globo, afirmou que a emissora não teme a inteligência artificial, mas enxerga nela uma aliada. “A gente está muito pouco preocupado com o quanto a inteligência artificial vai substituir, ou não, os papéis. A gente está muito preocupado dela viabilizar coisas que não são viáveis hoje sem IA”, explicou, citando o burrinho de Êta Mundo Bom (2016) como exemplo de personagem viabilizado por IA.

A autora Rosane Svartman, de Vermelho Sangue, reforçou que os recursos tecnológicos só fazem sentido quando usados a favor da história. “A inteligência artificial gera medo, mas ajudou bastante. O que a gente faz aqui, de criar histórias, é sobre conexão humana. E para mim é isso que realmente importa”, destacou, ao comentar os efeitos usados para ampliar o universo de terror da série.

O diretor artístico Luiz Henrique Rios, que comanda Três Graças, com estreia prevista para 20 de outubro, afirmou que o uso de novas tecnologias envolve riscos. “Muitas vezes dá errado. Vocês veem que dá certo, mas nem sempre dá certo”, comentou. Ele relembrou uma sequência frustrada com chroma key que precisou ser regravada: “A gente teve que regravar tudo na praia, porque nada tinha dado certo”, contou.

Juan Julian, autor de Reencarne, que estreia em 23 de outubro, destacou que a tecnologia também tem aberto espaço para novas vozes. “Uma criança vendo novela com a avó não se via nesses espaços. E acho que é muito legal que de um tempo para cá a gente tem mudado, né?”, afirmou. Ele lembrou ainda que nasceu no mesmo ano dos Estúdios Globo: “Eu e os Estúdios, a gente nasceu em 95”, disse. Marcelo Bossoni reforçou o papel da tecnologia como ferramenta para tornar o impossível possível na TV. “Nosso papel é viabilizar coisas que não seriam possíveis sem a tecnologia”, concluiu.

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