A jornalista Clarissa Guimarães pediu demissão da Rádio Itatiaia, em Belo Horizonte, após aceitar uma proposta da TMC, ex-Transamérica. No entanto, menos de 48 horas após sua estreia, a profissional foi informada que sua contratação estava cancelada. O motivo foi um impasse jurídico entre os donos das emissoras. Agora, a comunicadora está desempregada.
As informações sobre o caso são do site Moon BH. Segundo relatos da imprensa mineira, a TMC teria feito uma proposta “irrecusável” à jornalista. Confiando no novo projeto, que iniciou as operações na segunda-feira (13), ela deixou seu emprego estável na Itatiaia. O cancelamento repentino gerou forte repercussão e críticas à nova emissora por “amadorismo”.
O impasse jurídico que impediu a contratação é uma cláusula de “antipoaching” (não aliciamento). Este acordo estaria ligado ao rompimento empresarial entre João Camargo, dono da TMC, e Rubens Menin. Menin é proprietário da CNN Brasil e da Rádio Itatiaia, antiga casa da jornalista. A TMC teria falhado em checar suas próprias amarras contratuais.
A falha da TMC FM colocou a profissional em uma situação de extrema vulnerabilidade, segundo a publicação. A jornalista foi atraída por uma promessa de crescimento, abriu mão de seu emprego anterior e, por um erro que não cometeu, ficou sem as duas posições. O caso gerou indignação e apoio à profissional nos bastidores do mercado de mídia mineiro.
O portal Moon BH informou que procurou Clarissa Guimarães para comentar o ocorrido. A jornalista, no entanto, respondeu que, neste momento, não tem condições psicológicas de dar declarações sobre o cancelamento de sua contratação pela TMC e a saída da Rádio Itatiaia.
O que é um acordo de não aliciamento?
O acordo de não aliciamento, ou “antipoaching”, é uma cláusula contratual estabelecida entre duas ou mais empresas. O objetivo principal é impedir que uma companhia contrate ativamente, ou “alicie”, funcionários da outra. Este tipo de pacto é comum em situações de fusões, vendas de empresas ou, como no caso reportado, no rompimento de sociedades empresariais.
Essas cláusulas buscam proteger segredos comerciais, investimentos em treinamento e a estabilidade das equipes das companhias envolvidas. Embora sirvam para resguardar interesses empresariais, os acordos de não aliciamento são frequentemente debatidos judicialmente. A discussão ocorre porque eles podem limitar a livre concorrência e as oportunidades de movimentação dos profissionais no mercado de trabalho.


