A Justiça paulista reduziu em 69 dias a pena do ex-jogador de futebol Robinho. Ele cumpre sentença de nove anos por violência sexual em grupo, crime ocorrido na Itália em 2013. A decisão foi publicada no Diário de Justiça em 28 de outubro. O benefício considera atividades realizadas pelo ex-atleta dentro da penitenciária Dr. José Augusto Salgado, em Tremembé (SP).
A informação foi divulgada pelo colunista Rogério Gentile, do UOL. Segundo a publicação, Robinho participou de 11 cursos entre 9 de abril de 2024 e 22 de janeiro de 2025. A carga horária total foi de 132 horas. A Justiça, no entanto, não detalhou quais foram as formações concluídas pelo ex-jogador do Santos e da seleção brasileira.
A redução da pena não se limitou apenas aos cursos. A decisão judicial levou em conta também a frequência em aulas do ensino médio. Foram 464 horas de estudo entre 29 de julho e 13 de dezembro de 2024. Além disso, o ex-atleta comprovou a leitura de cinco livros. Os benefícios estão previstos na Lei de Execução Penal e em resolução do Conselho Nacional de Justiça.
Robinho nega privilégios na prisão
Robinho está detido no “presídio dos famosos”. Tremembé II é conhecida por receber condenados de casos de grande repercussão nacional. Na semana passada, um vídeo do Conselho da Comunidade de Taubaté mostrou o ex-jogador. Na gravação, ele afirmou que não recebe tratamento privilegiado na unidade prisional, que visa promover a inclusão de reeducandos.
“Minha alimentação, o horário que eu durmo. É tudo igual a todos os outros reeducandos. Nunca comi nenhuma comida diferente, nunca tive nenhum tratamento diferente”, declarou Robinho. “Faço tudo aquilo que os outros reeducandos também têm possibilidade de fazer, que é a oportunidade do trabalho, da leitura de um livro”, completou o ex-atleta.
O ex-jogador de clubes como Milan e Real Madrid foi condenado em última instância pela Justiça italiana em 2022. Em março de 2024, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) homologou a sentença. O órgão autorizou a transferência do cumprimento da pena para o Brasil. Em novembro do mesmo ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a decisão.
De acordo com as investigações, Robinho e cinco amigos estupraram uma jovem albanesa embriagada em uma boate de Milão. Gravações telefônicas autorizadas judicialmente confirmaram a participação do jogador no episódio. Interrogado, ele negou a acusação. Robinho admitiu sexo oral consensual com a moça, mas disse que foi sem outros envolvidos.
Posteriormente, o ex-jogador deu uma entrevista à Record. Na ocasião, ele disse que a relação foi “superficial e rápida”. “Fizemos sexo oral e trocamos beijos. Estávamos ali com o consentimento dela. Ela estava consciente”, afirmou. “Quando vi que ela queria continuar com outros rapazes, eu fui embora para casa”, concluiu na época.


