Durante as filmagens de O Grinch (2000), Jim Carrey viveu uma das experiências mais difíceis de sua carreira. O ator enfrentou crises de pânico causadas pelo desconforto extremo da maquiagem e do figurino do personagem. Segundo o diretor Ron Howard, nos primeiros dias de gravação, Carrey chegou a cogitar abandonar o projeto e devolver o salário de US$ 20 milhões que recebeu para protagonizar o longa da Universal.
O processo de caracterização exigia horas diárias de aplicação de próteses, lentes de contato e uma fantasia de pelos ásperos que limitava a respiração. O desgaste físico e emocional foi imediato. “Eu o via deitado no chão entre as tomadas com um saco de papel pardo”, relatou Ron Howard, ao lembrar que o ator precisou de oito horas na cadeira de maquiagem logo no início da produção.
Diante do risco real de desistência, a equipe tomou uma decisão incomum e contratou Richard Marcinko, especialista conhecido por treinar agentes da CIA e militares para suportar situações extremas. Ele apresentou ao ator técnicas pouco convencionais para controlar o estresse. Jim Carrey contou que recebeu orientações como socar a própria perna, comer compulsivamente e até fumar para aliviar a tensão provocada pela fantasia.
A música também virou aliada durante as sessões de maquiagem. O protagonista de O Grinch afirmou que ouvir o catálogo completo dos Bee Gees ajudou a manter o equilíbrio emocional. Além disso, o maquiador Rick Baker revelou que insistiu no uso de próteses para respeitar o visual original criado por Dr. Seuss, apesar do impacto sobre o ator. Anos depois, em 2024, Carrey afirmou que só voltaria ao papel caso todo o processo fosse feito de forma digital.


