Mesmo após ter mergulhado no universo sertanejo em As Aventuras de José e Durval, o ator Felipe Simas não estava totalmente preparado para viver Asa Branca nos cinemas. Protagonista do Asa Branca: A Voz da Arena, Simas contou que viveu momentos intensos durante as gravações do longa, incluindo um susto ao montar em um touro real durante o laboratório para o papel.
“Aprendi a enfrentar o medo”, brincou o ator em entrevista à Quem. “A gente chegou a Fernandópolis no mesmo dia ou no dia seguinte e já começou a fazer laboratório. Fomos a um recinto, conversamos com um peão, trocamos ideia, e de repente o chefe dali falou: ‘Ei, quer subir no touro? No brete, claro, né? Não subir para pular”, disse.
Felipe Simas relatou que a reação do animal foi imediata e que ninguém o avisou que esse movimento indicaria ao touro que era hora de começar a ação. “Todo mundo começou a rir de mim. Tipo: ‘Claro que ele vai pular se você botar seu calcanhar na costela do bicho, ele tá acostumado: encostou o calcanhar, ele pula’. Eu falei: ‘Mano, como é que eu vou saber, se ninguém me falou nada?’ Mas é uma experiência boa. Na brincadeira, a gente acaba trazendo isso para o filme, no sentido da sensação”, relembrou.
Conhecido pelo bordão “Segura, peão!”, Asa Branca revolucionou a maneira como os rodeios eram narrados no Brasil. Mas sua história ia muito além dos microfones. Diagnosticado com HIV em 2007 e com câncer dez anos depois, o locutor teve uma vida marcada por excessos, amores intensos e quedas dramáticas. O narrador morreu em 2020, após longa batalha contra a doença.
Felipe Simas disse que não tentou imitar Asa Branca ao pé da letra, mas sim acessar sua intensidade emocional. “Não tentamos mimetizar o Asa, até pela diferença física: altura, tamanho, voz. Não havia tempo hábil. Buscamos a energia dele, que eu acho que todos temos, só precisamos aprender a acessar”, avaliou. O artista afirmou que o papel o levou ao limite: “O Asa não, ele é intenso o tempo todo. Foi quase exaustivo acessar esse cara que não sossega o facho, que está sempre com a energia lá em cima. É cativante, mas também esgota”, disse.


