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Safra de novas produções da TV americana tem foco maior no streaming

Cena do upfront da FOX: emissoras deram destaque para o streaming na apresentação de novas produções (foto: Divulgação/FOX)
Cena do upfront da FOX: emissoras deram destaque para o streaming na apresentação de novas produções (foto: Divulgação/FOX)

Na semana passada, a televisão americana viveu mais um ciclo de upfronts — quem já assiste séries há algum tempo já certamente já conhece esse termo. É o período em que as empresas mostram seus planos de negócios para os anunciantes. E, por isso, neste mesmo evento há a apresentação do que continuará no ar e o que será encomendado para um novo ciclo de programas, com início em setembro de 2021, mas que neste ano será um pouco diferente, e com grande foco nas plataformas de streaming.

Com o mercado ainda afetado pela crise sanitária, as apresentações ocorreram de forma virtual para os interessados. O mesmo modelo que foi adotado no ano passado, mas de forma bem mais comprometedora. Como ninguém sabia ao certo o que estávamos enfrentando e o que a televisão viveria durante o período, poucas séries foram canceladas e encomendadas durante o boom da crise sanitária, quase que como uma medida protetiva.

Canais como FOX e CW até jogaram toda sua programação para estrear em janeiro, em uma tentativa de ter uma janela maior para as suas produções. Além da crise sanitária ter evitado uma apresentação presencial, muitas séries ainda estão no ar, então podemos ver alguma demora no dilema de renovações de seriados com baixa audiência.

Até 2019, podemos dizer que as apresentações seguiam o mesmo padrão. NBC e FOX apresentavam sua grade na segunda, sendo que a primeira revelava os trailers de suas novidades um dia antes. Na terça-feira, vinha a ABC, na quarta-feira a CBS, e por fim, a quase irrelevante CW. Em 2021, com a crise sanitária ainda em alta e o avanço do mercado de streaming, as empresas vieram com todo seu portfólio para tentar chamar a atenção dos anunciantes.

A Disney, por exemplo, usou a terça-feira para mostrar os conteúdos de seus canais e plataformas, como a aberta ABC e o streaming Disney+. A ViacomCBS (dona da CBS, MTV e Paramount+) e a WarnerMedia (mantenedora de todo o conglomerado da Warner e HBO) dividiram a quarta-feira. A NBCUniversal, por sua vez, anunciou as suas novidades no dia 17 e a CW, sempre esquecida, só fez a sua apresentação no dia 25 de maio.

Além das mudanças na forma de apresentação, o streaming dominou boa parte dos upfronts. A NBCUniversal, que abriu os trabalhos neste ano, divulgou trailers apenas de séries já prontas do Peacock, o seu novo serviço de vídeo sob demanda, enquanto o canal de TV aberta teve apenas o anúncio de sua grade e de nomes de novos seriados.

Por fim, várias séries acabaram migrando para o streaming. Produções com um bom público e capazes de conquistar assinantes, como SEAL Team, da CBS, viraram armas poderosas de disputa das empresas. O argumento, por sinal, também tem salvado séries que não tiveram bons desempenhos de audiência na TV. Evil: Contatos Sobrenaturais, do mesmo canal, teve sua primeira temporada exibida em 2019 na televisão, e agora ficará restrita ao VOD.

Mateus Ribeiro é engenheiro por formação, e nas horas vagas se diverte maratonando séries e assistindo programas de origem duvidosa da televisão brasileira. No TV Pop, escreve semanalmente sobre as séries produzidas pela indústria norte-americana. Converse com ele pelo Twitter @omateusribeiro. Leia aqui o histórico do colunista no site.

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