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EX-CONTRATADO

Augusto Nunes revela bastidores de demissão da Jovem Pan: “Tutinha me bloqueou”

Augusto Nunes durante entrevista para André Marinho no Flow News
Augusto Nunes durante entrevista para André Marinho no Flow News; jornalista detalhou bastidores de demissão da Jovem Pan (foto: Reproduçãp)

Demitido da Jovem Pan em outubro do ano passado, o jornalista Augusto Nunes revelou detalhes sobre sua saída do grupo de comunicação comandado por Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha. Na ocasião, o profissional era apresentador do programa Os Pingos nos Is, a então maior audiência do canal de notícias da TV por assinatura. Segundo ele, a relação com a direção da emissora ficou estremecida após ele ser contratado pela Revista Oeste, publicação da internet sobre negócios, economia, política e agronegócio.

“No momento em que pedi para fazer uma viagem a Brasília, veio um recado do Marcelo Carvalho, irmão do Tutinha, dizendo que não tinha passagem porque tinha acabado a permuta. Eles achavam que eu ia para Brasília para atrair publicidade para a Revista Oeste. Foi a minha entrada na Revista Oeste que começou a reduzir esse prestígio que eu tinha. Eu não podia fazer isso. Primeiro, pela ética. Segundo, a Revista Oeste não tem publicidade oficial. Eu não tinha o que fazer em Brasília. Eu achei aquilo injusto”, disse Nunes em entrevista para André Marinho, do programa Fora da Bolha, no canal Flow News.

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“Veio esse aviso, já era um negócio meio desmoralizante. O segundo aviso foi pior. O Tutinha me bloqueou no WhatsApp. Ele costuma a fazer isso, mas comigo? Não entendi nada. Fiquei um tempo bloqueado e ao falar com ele percebi que havia esse mal-estar. Quando começou a campanha [das eleições 2022] e eu vi que a pressão aumentava, eu propus que o programa ficasse fora do ar durante um tempo e tal. Falei: ‘Porque é o programa que você criou, Tutinha. Para que descaracterizá-lo?’ e tal. Ele respondeu em um tom desagradável: ‘Quem quiser ficar fora, que fique. O programa não vai acabar’, etc. Aí as relações já estavam totalmente envenenadas”, continuou o comentarista.

De acordo com Augusto Nunes, a equipe foi avisada de que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) havia proibido que o então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fosse chamado de termos ofensivos como ex-presidiário e descondenado. “Aí fui falar: ‘Quem é que tá proibindo?’. Falaram que foi o TSE. Por acaso fiquei sabendo que havia sido sugestão do advogado [da Jovem Pan], não do TSE. E o TSE soube que estava sendo acusado de pela Jovem Pan de proibir o uso de determinadas expressões, só colocaram uma espécie de comercial dizendo que o TSE não proibia ninguém de dizer nada”, disse o jornalista.

Augusto Nunes foi desligado oficialmente da Jovem Pan no dia 31 de outubro, após uma semana de licença. “Eu sabendo que seria demitido, tinha voltado de uma semana de licença, vou falar: ‘O Lula é descondenado… falei todas as palavras que deram a demissão. No dia seguinte já estava fora e não voltei nem para buscar as minhas coisas. E também não eram muito importantes”, concluiu o apresentador. Na época, a emissora disse em comunicado que a saída foi em comum acordo após uma parceria que durou cinco anos. Durante o período no canal de notícias, defendia com fervor o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e se posicionava contra o PT.

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