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DESPERDÍCIO

Ratinho faz pouco caso de telespectadores do SBT e debocha de crise hídrica

Ratinho achou que seria uma boa ideia jogar 30 litros de água nas pessoas (foto: Reprodução/SBT)
Ratinho achou que seria uma boa ideia jogar 30 litros de água nas pessoas (foto: Reprodução/SBT)

Em mais uma demonstração de total desprezo ao telespectador do SBT e de alinhamento ao governo, Ratinho achou que seria uma boa ideia fazer pouco caso da crise hídrica que assola o país há vários meses. Nesta sexta-feira (24), o comunicador levou ao ar um quadro cuja a única dinâmica era colocar populares desafiando um maestro, desde que eles não desafinassem enquanto cantassem. Se, por um acaso, cantassem de maneira desafinada, a penalização é um banho em rede nacional, dado por um balde com capacidade de 30 litros de água. Apenas em uma noite, sete pessoas foram derrotadas pelo maestro — ou seja, a emissora desperdiçou, no mínimo, 210 litros de água.

O quadro não é uma novidade no Programa do Ratinho. A dinâmica entrou no ar há mais de um mês e, desde o dia 13 de agosto, virou espaço regular das edições de sexta-feira da atração. Ou seja: até agora, sete edições do estranho game show já foram transmitidas pelo SBT. Levando em consideração que, em média, sete pessoas são derrotadas semanalmente, a rede de Silvio Santos já jogou cerca de 1470 litros de água pelo ralo em menos de dois meses — a quantidade é o suficiente para 37 banhos de cinco minutos, por exemplo.

Independentemente de uma possível situação em que a “brincadeira” faça uso de líquido reutilizado, o quadro ainda assim é um péssimo exemplo para os telespectadores. O público médio da atração dificilmente sabe que o SBT tem a sua própria estação de tratamento e pode interpretar a dinâmica como um endosso de que o Brasil não está vivendo com a probabilidade de enfrentar uma série de interrupções no fornecimento de energia elétrica no próximo ano por conta da crise hídrica — e não seria uma surpresa se crianças decidissem imitar a criação do programa.

Mesmo jogando água na cabeça das pessoas, Carlos Massa não tem conseguido reverter a sua crise de audiência. Na sexta-feira, de acordo com os dados prévios de audiência da Grande São Paulo, o seu programa foi a atração menos assistida do SBT durante todo o horário nobre, com média de 4,3 pontos, distante dos 7,5 registrados pela soma dos canais pagos e dos 7,4 da Record, com a série Quando Chama o Coração e A Fazenda. No pior momento, às 22h33, o comunicador marcava apenas 2,9. É o mesmo índice que o Primeiro Impacto costuma ter às 5h da madrugada.

Futuro incerto

Diante da hipótese cada vez mais provável de que sua atração deixe a programação diária do SBT a partir do próximo ano, Carlos Massa tem cobrado resultados de sua equipe e exigindo mais dedicação dos colaboradores para que o formato consiga reagir na audiência, mesmo que continue em terceiro lugar diante dos confrontos com A Fazenda 13, da Record. As exigências do apresentador estão tirando o sono da equipe do empresário, e uma reunião entre produtores e diretoria do programa na semana passada terminou em choro, ameaças e em queixas ao departamento de Recursos Humanos da emissora.

O encontro desandou justamente pela a confirmação de que a possibilidade do Programa do Ratinho deixar de ser exibido de segunda a sexta-feira está deixando de ser apenas uma hipótese. Cézar Scarpato, que assumiu a direção do formato em janeiro, exigiu que a equipe arranjasse métodos de aumentar a audiência da atração, e ameaçou demitir os profissionais que não se esforçassem completamente. A situação, que já não era das melhores, desandou depois disso. A reunião virou uma espécie de puxadinho do Casos de Família, com choro, batidas na mesa e gritaria.

Alguns profissionais, que se sentiram ameaçados e assediados pelo executivo, decidiram procurar o departamento de Recursos Humanos e exigiram providências de Fernando Pelegio, maior autoridade do departamento artístico do SBT na atualidade. Ele teve que intervir na situação e decidiu cobrar pessoalmente explicações de todos os envolvidos na confusão, na tentativa de apaziguar os ânimos exaltados.

 

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