A Globo acusou Maria Zilda Bethlem de tentar “enriquecer ilicitamente” com a ação judicial movida por ela contra a emissora. No processo, a atriz reclama da falta de repasses adequados por reprises de novelas nas quais atuou e questiona a venda dos títulos a terceiros. A emissora, por sua vez, afirma que os pagamentos foram feitos corretamente e diz que a ação “beira a má-fé”.
Conforme a coluna Outro Canal, as alegações estão na resposta da Globo à Justiça. Na ação, a empresa líder argumenta que Maria Zilda recebeu R$ 218 mil entre 2018 e 2024, e anexou comprovantes dos repasses feitos durante o período. A atriz, que não trabalha na emissora desde 2016, quando atuou em Êta Mundo Bom, não respondeu aos contatos da publicação.
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Maria Zilda exigiu que a Globo apresentasse os contratos que autorizariam o uso de sua imagem em reprises e licenciamentos. Segundo a defesa da emissora, os documentos e recibos de pagamento foram entregues à atriz antes mesmo de qualquer ordem judicial. Parte dos registros foi apresentada por ela própria na petição inicial do processo.
A emissora também refutou a acusação de licenciamento irregular das obras. Para a empresa, todos os contratos assinados pela atriz previam a possibilidade de reexibições, exibições em outras mídias e negociações com terceiros. “Beira a má-fé a afirmação de que as obras audiovisuais teriam sido ‘ilicitamente licenciadas a terceiros’”, afirmou a defesa.
A ação segue em análise no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, sem previsão de julgamento. A atriz busca abrir precedente para que outros profissionais do setor possam questionar valores pagos por reprises. Desde 2020, diversos artistas têm feito reclamações semelhantes nas redes sociais e entrevistas.
Atriz critica valores pagos pela Globo
Na petição inicial, Maria Zilda declarou que foi contratada da Globo por quatro décadas. Ela sustenta que, durante esse período, não havia legislação clara sobre os valores a serem pagos por reprises em TV por assinatura ou plataformas de streaming. Isso teria gerado dificuldades na definição dos direitos conexos.
A atriz também afirmou que os pagamentos recebidos seriam incompatíveis com o mercado. Em 2020, durante uma transmissão ao vivo com Maria Padilha, ela revelou que recebeu apenas R$ 237,40 pela reprise da novela Selva de Pedra (1986) no canal Viva. O comentário foi feito publicamente como forma de protesto contra os valores repassados.
Além de Maria Zilda, nomes como Mateus Solano, Tuca Andrada, Sergio Marone, Nívea Stelmann e Sônia Braga também já expressaram insatisfação com os repasses da Globo referentes aos direitos de obras reprisadas. A emissora, por sua vez, tem mantido a posição de que age conforme o estipulado contratualmente.


