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Sem dízimo, igrejas evangélicas perdem espaço na TV e reduzem compra de horários

Com menor arrecadação e foco em outras plataformas, denominações diminuem tempo de programação em emissoras

Valdemiro Santiago segura microfone durante pregação em cenário com imagem de ovelhas no campo
Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial; religiosos somem da TV aberta após queda na arrecadação do dízimo (foto: Reprodução)

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A presença dos evangélicos na TV aberta tem diminuído em 2025. Após anos de forte investimento, igrejas pentecostais reduziram significativamente o tempo de programação nas principais emissoras do país. Um levantamento inédito mostra que o total de horas ocupadas por denominações religiosas caiu de 48 horas semanais em 2019 para 32 horas e 15 minutos neste ano. As informações são da coluna Outro Canal, da Folha de S.Paulo.

A maior parte desse tempo na TV aberta ainda pertence à Igreja Universal do Reino de Deus, com 21 horas e 15 minutos por semana. Sozinha, a denominação liderada por Edir Macedo é responsável pela maior parte do investimento atual em televisão, com mais de R$ 1 bilhão por ano. A Record recebe cerca de R$ 900 milhões por 4 horas e 15 minutos nas madrugadas, conforme relatório financeiro da emissora.

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Além da Record, a Universal mantém 13 horas de programação na TV Gazeta e mais quatro horas na RedeTV!. Em redes de menor audiência da TV aberta, a igreja também domina o espaço. São 23 horas na CNT e outras 23 horas na Rede 21, que pertence ao Grupo Bandeirantes. A Universal não respondeu aos contatos feitos por e-mail para comentar valores e contratos.

Igrejas reduzem gastos com TV

O movimento de retração atinge outras denominações na TV aberta. O pastor R.R. Soares, da Igreja Internacional da Graça de Deus, reduziu seu tempo na TV para sete horas e meia por semana. Antes, ocupava até 11 horas. Ele também renegociou o contrato com a Band, que agora custa R$ 4,5 milhões por mês –antes, o valor chegava a R$ 8 milhões.

Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, também cortou investimentos. Ele deixou a Band e mantém apenas 30 minutos aos sábados na RedeTV!, ao custo de R$ 600 mil. Já Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus, perdeu espaço nas grandes redes. Sem recursos para manter os contratos, passou a priorizar canais menores e migrou parte de sua atuação para a internet.

Um caso isolado é o da Igreja Cristã Maranata. Com origem no Espírito Santo, ela cresceu na última década e ocupa atualmente três horas de programação na Band e RedeTV!. A igreja também veicula anúncios até na GloboNews, canal pago de notícias da Globo. Segundo a publicação, a queda de arrecadação durante e após a crise sanitária forçou muitas igrejas a reverem seus contratos com emissoras.

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