O ministro da Fazenda, Fernando Haddad afirmou durante o primeiro evento promovido pelo Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC em parceria com o Financial Times, realizado na cidade de São Paulo, que o atual impasse comercial entre Brasil e Estados Unidos decorre de uma exigência considerada “constitucionalmente impossível”. Segundo o ministro, o governo americano tenta condicionar o fim de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros a uma interferência direta do Executivo brasileiro em decisões do Poder Judiciário.
A declaração foi feita durante o Brazil 2030: Fostering Growth, Resilience and Productivity, primeiro fruto da parceria entre o Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC e o Financial Times. A entrevista com o ministro foi conduzida pela jornalista Christiane Pelajo, âncora do Jornal Times Brasil, e por Michael Stott, editor do Financial Times para a América Latina. De acordo com Haddad, Washington quer que o Brasil interfira em decisões judiciais, o que considera ilegal.
“Nós temos documentos oficiais demonstrando que a negociação não ocorre porque os Estados Unidos estão tentando impor ao Brasil uma solução inconstitucionalmente impossível, que é o Executivo se imiscuir em assuntos de outro poder, que é o Judiciário”, disse o ministro durante o evento. Outro tema abordado foi o cancelamento de uma reunião virtual que aconteceria entre Fernando Haddad e o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent.
Segundo o ministro, a suspensão já era esperada diante da mobilização de grupos da extrema-direita brasileira nos Estados Unidos. Ele afirmou que o Brasil não teve responsabilidade pelo adiamento do encontro. Haddad também rejeitou qualquer hipótese de ter tomado a iniciativa de cancelar a reunião com Bessent, classificando esse tipo de atitude como inadequada. “Nunca cometeria uma deselegância dessa com um homólogo de outro país. Por mais hostil que o outro país fosse, se eu marquei um compromisso, eu cumpro”, afirmou o titular da Fazenda.


