REESTRUTURAÇÃO

Globo anuncia criação de holding e escolhe executivo para comandar mudanças

Nova empresa do grupo começa em 2026 com foco em eficiência e diversificação, sob liderança de Luis Henrique Guimarães, ex-CEO da Cosan

Prédio do complexo MG4 da Globo com logotipo da emissora na fachada e área externa com mesas e guarda-sóis
Prédio do complexo MG4 nos Estúdios Globo; empresa anuncia criação de holding (foto: Reprodução/Globo)

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O Grupo Globo anunciou nesta terça-feira (26) a criação de uma holding para centralizar as principais decisões estratégicas da organização. A nova estrutura, que começará a operar no início de 2026, terá a missão de dar suporte ao crescimento do conglomerado de mídia e comunicação. A medida busca fortalecer a eficiência na gestão e aprimorar a alocação de recursos em diferentes áreas de atuação.

Segundo comunicado enviado à imprensa, a holding vai assessorar os acionistas e o Conselho de Administração, oferecendo uma visão integrada das empresas do grupo. O modelo tem como objetivo organizar melhor o portfólio de negócios, além de diversificar investimentos. Mesmo com a centralização estratégica, cada companhia da Globo continuará atuando de forma independente, com autonomia em suas operações cotidianas.

Para liderar a fase inicial de implementação, a Globo convidou Luis Henrique Guimarães. O executivo tem experiência de mais de 20 anos no setor de energia e infraestrutura. Ele trabalhou na Shell, ajudou a fundar a Raízen em parceria com a Cosan e também presidiu a Comgás. Em 2020, assumiu o cargo de CEO da própria Cosan S.A., onde permaneceu até aceitar o novo desafio na área de comunicação.

Segundo o site Notícias da TV, um dos pontos mais sensíveis para Guimarães será conduzir a sucessão acionária do grupo. Os três filhos de Roberto Marinho (1904-2003) –Roberto Irineu, José Roberto e João Roberto– já superaram os 70 anos, e a próxima geração é mais numerosa, o que torna mais complexa a manutenção de consensos entre os herdeiros. Caberá ao executivo garantir estabilidade no processo e administrar eventuais divergências internas.

Além do tema sucessório, a entrada da Globo no mercado de apostas esportivas, em parceria com a MGM, também estará no radar da nova gestão. O assunto já gerou discordâncias entre os herdeiros e exigirá habilidade política para conciliar interesses divergentes. A holding deverá atuar como mediadora para preservar a unidade e assegurar a viabilidade da expansão em novos setores.

Diferente das subsidiárias, uma holding não atua na produção ou nos serviços, mas tem a função de organizar investimentos e centralizar decisões estratégicas. No caso da Globo, a nova estrutura vai permitir que as empresas sigam operando de forma autônoma, mas alinhadas a um mesmo direcionamento, com foco em crescimento e diversificação dos negócios do conglomerado.

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