Cláudia Abreu revelou que enfrentou um diretor abusivo logo no início da carreira, quando estreou na televisão aos 16 anos. Segundo ela, a ausência de políticas de compliance e de preparadores de intimidade nos bastidores obrigava os artistas a desenvolverem mecanismos próprios de proteção. O episódio aconteceu durante uma gravação em que ela testemunhou o diretor gritar com outras pessoas da equipe.
“Ele ficava muito nervoso com as pessoas, e eu, muito nova, o chamei num canto e disse: ‘Se eu vacilar, me chama atenção sozinha, que não vai se repetir. Mas, se fizer da maneira como vi fazer com outras pessoas, não volto mais’. Não queria passar por aquela humilhação ou viver aterrorizada”, contou Cláudia Abreu em entrevista ao jornal O Globo.
Atualmente, Cláudia Abreu está no ar em Dona de Mim, novela da Globo exibida na faixa das sete. Na trama, ela interpreta Filipa, uma personagem com transtorno de bipolaridade. Para compor o papel, a atriz buscou apoio profissional e utilizou experiências pessoais para aprofundar a compreensão sobre o tema.
“Conheço pessoas com essa condição e sei o quanto traz sofrimento para elas próprias. Afinal, não escolheram ser assim e, muitas vezes, são incompreendidas”, declarou a atriz. Ela afirmou que o trabalho da novela tem um caráter informativo e pode ajudar na redução do estigma relacionado à saúde mental, principalmente no caso de mulheres.
Cláudia Abreu destacou que, com acompanhamento terapêutico e medicamentoso, é possível alcançar qualidade de vida. “A pessoa pode ficar bem, de uma maneira viável, controlada, sem tanta agressividade e depressão”, afirmou. Segundo a atriz, retratar esse tipo de condição psicológica na ficção é um passo importante para promover compreensão e empatia no público.
