A roteirista e produtora americana Shonda Rhimes afirmou que não vê a série Bridgerton, sucesso da Netflix, como uma história de romance. Durante participação no Festival de TV de Edimburgo, na Escócia, ela declarou que a trama se encaixa mais como um “drama de ambiente de trabalho”, focado na forma como as mulheres exercem poder dentro das limitações sociais do período em que a narrativa se passa.
Criadora de séries como Grey’s Anatomy (2005) e Scandal (2012), Shonda Rhimes explicou o que a atraiu para o projeto inspirado nos livros de Julia Quinn. “Eu não enxerguei como um romance. Era mais um drama no ambiente de trabalho. As mulheres não têm poder em outras áreas de suas vidas, o poder está em como elas se casam, então isso se torna um ambiente de trabalho. E é aí que está o enredo”, afirmou.
A roteirista contou que conheceu os livros por acaso. “Eu estava doente, de cama, e nem gosto de romances. Mas eu li, e apesar de estar mal, me arrastei para fora da cama e fui até a livraria mais próxima comprar todos”, relatou. Bridgerton estreou em dezembro de 2020 e rapidamente se transformou em um fenômeno global, indo além da audiência tradicional de séries de época.
Apesar do sucesso, Shonda Rhimes demonstrou preocupação com as incertezas do setor audiovisual. Em entrevista à Variety, disse que o consumo de conteúdo mudou drasticamente entre as novas gerações. “É um cenário completamente diferente. E sinto que, quando olho para frente, não tenho ideia. Está muito claro para mim que meus filhos só querem assistir a coisas de uma certa duração por causa do YouTube ou seja lá o que for. Sentar e assistir a um filme é algo muito raro para eles. Não é como era para nós. Tudo está mudando. Acho que sempre haverá narrativas, só não sei em que forma elas vão existir”, sinalizou.


