A TV Brasil avalia a produção de uma nova versão da novela Pai Herói (1979). O projeto consta na lista de finalistas de um edital da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), que busca selecionar obras audiovisuais para compor a grade da emissora pública. A iniciativa faz parte de um investimento total de R$ 110 milhões no setor.
De acordo com a coluna Outro Canal, da Folha de S.Paulo, a verba reservada especificamente para a realização de um folhetim é de R$ 15 milhões. A disputa pelo financiamento envolve outras duas propostas: Império do Sul, da Mira Filmes, e Vambora, da Nova Trini Comunicação.
A produtora Midgal Filmes conduz o projeto de Pai Herói. A empresa ganhou destaque recentemente com o filme Caramelo, estrelado por Rafael Vitti. O longa-metragem chegou a pertencer à HBO Max, mas a Warner decidiu não prosseguir com a obra, que posteriormente se tornou um sucesso mundial na Netflix.
A diretora de conteúdo e programação da EBC, Antonia Pellegrino, detalhou à publicação em abril a nova diretriz da empresa. O foco agora é reverter o capital antes gasto na aquisição de tramas estrangeiras para o fomento da indústria nacional. A retração de investimentos das plataformas de streaming abriu essa oportunidade de mercado.
“Existe um campo relevante do setor audiovisual que se organizou e não tem mais demanda, por causa da queda de investimento do streaming. Então, pensamos em usar o dinheiro da compra de novelas estrangeiras para investir no nosso”, explica Antonia. A executiva defende o modelo como economicamente vantajoso para o Brasil. “A cada R$ 1 real investido, R$ 4 voltam para o país”, afirma.
A trama de Pai Herói
Exibido entre janeiro e agosto de 1979, a novela Pai Herói gira em torno de André Cajarana, personagem de Tony Ramos. Ele cresce acreditando na integridade moral de seu pai, mas precisa confrontar essa imagem após a morte do avô. O protagonista viaja ao Rio de Janeiro para investigar o passado familiar.
A missão de André é limpar o nome do pai, acusado de crimes graves como roubo de terras e o assassinato de um padre. O jovem busca provar que tudo não passou de uma farsa. O conflito coloca o mocinho contra Bruno Baldaracci (Paulo Autran). O vilão é um empresário mafioso e ex-sócio do pai de André. Além de responsável pela difamação, ele se casou com Gilda (Maria Fernanda), mãe do protagonista.


