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FLÁVIA JANNUZZI

Demitida depois de 25 anos, repórter detona militância política na Globo: “Terrorismo”

Foto de Flávia Jannuzzi na Globo
Ex-repórter da Globo, Flávia Jannuzzi detonou emissora (Foto: Reprodução/Instagram)

Demitida da Globo em 2023, depois de 25 anos, a jornalista Flávia Jannuzzi detalhou como aconteceu sua saída da emissora. A profissional passou a discordar dos colegas e da própria linha editorial da empresa, que segundo ela, passou a ter um “braço político de militância muito grande”.

Em entrevista ao GeralPod, a repórter avaliou que passou a se sentir deslocada da Redação da Globo depois de discordar de pensamentos de colegas. “Você ter uma cabeça um pouco dissonante daquilo, ‘opa, você não é dos nossos’. Você pensar diferente hoje te posiciona do lado inimigo. Tanto de um lado, quanto de outro. Falo tanto da direita, quanto da esquerda”, avaliou.

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“Se você se posiciona em pautas da esquerda, ‘opa, você é esquerdopata’. Se você se posiciona a favor de pautas da direita, ‘você é extrema direita’. A gente está em um país altamente polarizado, e acho que é tão prejudicial e complicado. Não quero bancar a isentona, mas eu não concordava com muita coisa, e é muito triste quando você passa a fazer do seu trabalho uma coisa que você não acredita mais”, continuou.

Flávia Jannuzzi explicou que passou a questionar as pautas dos telejornais em que atuava. “Você investiu sua vida em um sonho, em um propósito. Pô, quero ser uma comunicadora, quero levar reportagem bacana. Mas quando você começa a ver que tudo ali tem um braço da militância, opa, tira o pé do acelerador. Começa quase uma sensação de demissão silenciosa. ‘Não quero fazer isso, não me vejo fazer isso. Para que eu vou fazer isso? Não acredito nisso. Vou escrever sobre isso?'”, declarou.

A repórter disse que foi tirada de pautas na Globo depois de fazer questionamentos sobre os assuntos abordados no ar. “Eu questionei algumas coisas. É muita solidão, e quando eu questionei, eu fui tirada. […] Eu fui tirada de algumas pautas”, entregou.

A jornalista contou que a maturidade fez com que não aceitasse mais algumas situações dentro da líder de audiência. “A gente vai ficando mais velho, a verdade é que a gente vai ficando mais crítico. Porque quando você é novinho, ‘opa, eu quero fazer tudo, eu quero botar minha cara na televisão. Eu quero aparecer, eu quero é fazer. Não me interessa’. ‘Ah, o diretor mandou fazer isso? Eu vou gravar, igual um papagaio’. E você grava igual um papagaio”, criticou.

“Depois você pensa, ‘caramba, o que é isso? Terrorismo aqui, terrorismo nessa situação. Opa, tem alguma coisa errada’. ‘O suspeito’… O cara está com o fuzil na mão. ‘Pegou o suspeito com o fuzil’. Suspeito? Não, espera aí. Você começa a pensar, caramba, estou no lugar errado, não estou fazendo o negócio certo. Então você começa a perceber que está fazendo um desserviço. Você hoje, por exemplo, ‘ah, saí do meu trabalho, 25 anos, estou sem salário’. Estou sem salário, mas estou mais feliz”, garantiu.

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