Gabriela Duarte está em cartaz no Teatro FAAP, em São Paulo, com o monólogo O Papel de Parede Amarelo e Eu, inspirado na obra publicada em 1892 por Charlotte Perkins Gilman. Considerado um marco da literatura feminista, o texto discute temas como saúde mental e o controle sobre o corpo feminino.
A artista relembrou situações de machismo vividas ao longo de seus 35 anos de carreira. Um dos episódios citados foi a constante comparação com a mãe, Regina Duarte, algo que, segundo ela, não acontece com a mesma frequência no caso de homens em posições semelhantes. “Fui colocada em lugar de comparação que homens na mesma posição, pais e filhos, não foram”, relatou.
Gabriela Duarte ainda revelou que já teve a confirmação de que ganhava menos que um colega de trabalho homem com a mesma função. “A gente sabe que acontece em todos os lugares, mas eu tive a confirmação”, declarou. “Aconteceu comigo. Eu sei que aconteceu. Tenho provas”, declarou.
Durante entrevista ao Na Palma da Mari, Gabriela Duarte também fez uma conexão sobre a realidade e o texto da peça. “Mesmo sendo um texto escrito no século 19, ele traz uma força atual que a gente, como mulher, que eu acho que pega demais, sabe?”, afirmou. “A mulher se identifica muito rapidamente com aquela situação de opressão e ameaça à saúde mental”, disse a artista.
Gabriela Duarte iniciou a carreira na televisão em 1989 com um papel na minissérie Colônia Cecília. A artista atuou em Por Amor (1997), Brava Gente (2002), Kubanacan (2003), América (2005), Sete Pecados (2007), Passione (2010), Amor à Vida (2013) e A Lei do Amor (2016).


