INVESTIGAÇÃO

Associação LGBT+ aciona MP-SP contra Ratinho por discurso de ódio no SBT

Representação pede investigação criminal contra apresentador e humoristas por piadas com teor homofóbico

Carlos Massa, o Ratinho, com paletó azul e braços abertos no palco do Programa do Ratinho no SBT
Carlos Massa, o Ratinho; apresentador foi denunciado ao MP-SP por crime de ódio (foto: SBT/Lourival Ribeiro)

Compartilhe:

O apresentador Carlos Massa, o Ratinho, foi acusado de crime de ódio contra pessoas LGBTQIAP+ após a exibição de piadas no SBT. A representação foi feita na sexta-feira (4) pela Associação dos LGBT+, presidida pelo ativista e deputado suplente Agripino Magalhães Júnior (MDB-SP), que acionou o Ministério Público de São Paulo pedindo abertura de investigação e retirada do conteúdo do ar.

O caso envolve um quadro exibido na última terça-feira (1º), com os humoristas Robson Bailarino e Faxinildo. Segundo a coluna Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, durante a atração, a dupla usou os termos “boiola” e “baitola” para se referir a homens afeminados, sob risos da plateia. Ratinho não interrompeu a cena e não fez qualquer comentário contrário ao conteúdo apresentado ao vivo.

Globoplay bate recorde com filmes nacionais e incrementa audiência em 49%
Sonia Abrão revela vício em doramas e reclama de novelas atuais: “Vejo por obrigação”

Na esquete, Bailarino pergunta a Faxinildo: “Como é que se chama um homem afeminado?”. Em seguida, ouve como resposta: “Baitola, boiola”. O humorista então repete os termos em tom de deboche. A plateia reage com risadas, e o apresentador não interfere na cena, o que motivou a denúncia por parte da entidade.

A representação acusa os três envolvidos de reforçar estigmas contra a população LGBTQIAP+ com base na Lei de Racismo. “Os apresentadores fazem joça do movimento LGBT+, demonstrando escárnio e repulsa das pessoas que integram esse grupo tão sofrido e discriminado”, diz o documento enviado ao Ministério Público de São Paulo.

Denúncia pede suspensão do Programa do Ratinho nas plataformas

Além da investigação criminal, o documento pede que a Justiça determine a suspensão do Programa do Ratinho nas plataformas digitais. Também solicita a exclusão dos trechos considerados ofensivos e a responsabilização legal dos envolvidos. A associação defende que houve incitação ao preconceito e desrespeito à legislação vigente.

Agripino Magalhães já havia entrado com uma ação contra Ratinho em 2023, após o apresentador fazer críticas públicas à Parada LGBT+ de São Paulo. Na nova denúncia, ele reforça que atitudes como essa “fortificam comportamento social tão reprovável e análogo ao de racismo”, segundo os termos do documento protocolado. A assessoria de Ratinho afirmou que o programa tem caráter humorístico e que, em nenhum momento, houve a intenção de ofender a comunidade LGBTQIAP+.

Compartilhe:

O TV Pop utiliza cookies para melhorar a sua experiência.